Trump elogia conversa com Lula e prevê benefícios na relação Brasil-EUA
Presidentes discutem sanções e comércio em diálogo produtivo

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou nesta terça-feira (2) sobre sua recente conversa telefônica com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em declarações à imprensa na Casa Branca, Trump relatou que os dois líderes abordaram questões relacionadas a sanções, em referência às restrições impostas ao Judiciário brasileiro devido a processos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Trump considerou a conversa "ótima" e destacou que discutiram temas comerciais e sanções, afirmando: "Eu os sancionei em relação a certas coisas que aconteceram." Em suas redes sociais, o presidente norte-americano expressou entusiasmo em se encontrar novamente com Lula, ressaltando que "muita coisa boa resultará desta parceria recém-formada!", conforme reportado pela agência Reuters.
Durante a ligação, Lula manifestou seu desejo de avançar rapidamente nas negociações para a remoção da sobretaxa de 40% imposta pelo governo dos EUA sobre alguns produtos brasileiros. O Palácio do Planalto classificou a conversa como "muito produtiva", com duração de 40 minutos, e mencionou que também foi discutida a cooperação no combate ao crime organizado.
Em novembro, a Casa Branca anunciou a exclusão de 238 produtos da lista de tarifas, incluindo café, frutas tropicais e carnes. No entanto, cerca de 22% das exportações brasileiras ainda estão sujeitas a essas sobretaxas. Lula observou a decisão dos EUA como positiva, mas enfatizou que outros produtos ainda precisam ser discutidos.
As tarifas aplicadas ao Brasil fazem parte da nova abordagem comercial de Trump, que visa aumentar as tarifas sobre parceiros comerciais para enfrentar a concorrência da China. Em abril, barreiras alfandegárias foram impostas conforme o déficit comercial dos EUA com cada país, resultando em uma taxa de 10% para o Brasil. Em agosto, uma sobretaxa adicional de 40% foi implementada em retaliação a decisões que afetaram empresas de tecnologia dos EUA.
A recente revogação parcial das tarifas foi influenciada pelas conversas entre Trump e Lula, que começaram em um encontro na Malásia em outubro e foram seguidas de contatos telefônicos e negociações entre as equipes dos dois países. O Brasil busca agora a retirada de mais produtos da lista tarifada, com foco especial em bens industriais que têm dificuldade em redirecionar exportações para outros mercados.
Além disso, temas não tarifários, como terras raras, tecnologia, energia renovável e o Regime Especial de Tributação para Serviços de Data Center (Redata), também estão na pauta de discussões entre os dois países.