Mercado Financeiro Revisa Previsão de Inflação para 4,43% em 2023
Redução ocorre após divulgação da inflação de outubro, a menor em quase três décadas.

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que representa a inflação oficial do Brasil, foi ajustada de 4,45% para 4,43% para este ano. A informação foi divulgada no boletim Focus, publicado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (1º), que reúne as estimativas de instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos.
Para os anos seguintes, as projeções também foram atualizadas: para 2026, a expectativa caiu de 4,18% para 4,17%, enquanto para 2027 e 2028, as previsões são de 3,8% e 3,5%, respectivamente.
Este é o terceiro ajuste consecutivo para baixo na previsão, influenciado pela divulgação do resultado da inflação de outubro, que registrou a menor variação para o mês em quase 30 anos. O resultado alcançou o intervalo da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central.
A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, entre 1,5% e 4,5%.
A diminuição nas tarifas de energia elétrica foi um fator significativo para a queda da inflação, levando o IPCA a fechar outubro em apenas 0,09%, a menor taxa para o mês desde 1998, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em setembro, o índice havia sido de 0,48% e, em outubro de 2024, de 0,56%.
Com esses resultados, a inflação acumulada em 12 meses caiu para 4,68%, atingindo o menor patamar em oito meses, embora ainda acima do teto da meta do CMN.
O Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, como principal ferramenta para controlar a inflação, atualmente fixada em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A recente desaceleração da inflação e da economia resultou na manutenção da Selic pela terceira vez consecutiva na última reunião do Copom.
Entretanto, o grupo não descarta a possibilidade de aumentar os juros novamente, caso julgue necessário. Em comunicado, o BC ressaltou que o cenário externo continua incerto, especialmente devido à situação econômica dos Estados Unidos, o que pode impactar as condições financeiras globais. No Brasil, a inflação ainda está acima da meta, o que sugere que a taxa de juros permanecerá elevada por um período prolongado.
As expectativas dos analistas indicam que a Selic deve encerrar 2025 em 15% ao ano, com projeções de queda para 12% ao ano em 2026 e 10,5% e 9,5% para 2027 e 2028, respectivamente.
O aumento da Selic visa conter a demanda aquecida, o que impacta nos preços ao encarecer o crédito e incentivar a poupança. Por outro lado, a redução da taxa tende a baratear o crédito, estimulando a produção e o consumo, embora possa complicar o controle da inflação.
Além disso, um recente levantamento da ANP indicou que o etanol se tornou mais competitivo que a gasolina em cinco estados entre 16 e 22 de novembro, mesmo