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Agricultores bloqueiam ruas em Bruxelas em protesto contra acordo UE-Mercosul

Manifestantes temem que pacto comercial prejudique o setor agrícola europeu

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Agricultores bloqueiam ruas em Bruxelas em protesto contra acordo UE-Mercosul

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Nesta quarta-feira, 17, agricultores realizaram protestos em Bruxelas, Bélgica, bloqueando ruas e lançando ovos e fogos de artifício em frente à cúpula de líderes da União Europeia (UE). A manifestação foi uma reação ao acordo de livre comércio proposto entre a UE e as nações do Mercosul, composto por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia.

A polícia respondeu com o uso de gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar os manifestantes, que se concentraram na Place Luxembourg, nas proximidades do Parlamento Europeu. Os agricultores expressam preocupações de que o acordo possa afetar sua subsistência e potencialmente aumentar o apoio à extrema-direita na Europa.

A Itália, por meio da primeira-ministra Giorgia Meloni, se juntou à França na oposição ao pacto, considerando prematuro a assinatura do acordo sem garantias adequadas para o setor agrícola. Meloni enfatizou a necessidade de salvaguardas recíprocas durante sua fala no Parlamento.

O presidente francês Emmanuel Macron reafirmou sua posição contrária ao acordo, pedindo mais discussões e alegando que a versão atual do tratado não pode ser aceita. Macron destacou a urgência de medidas que evitem disrupções econômicas e solicitou regulamentações ambientais mais rigorosas para os países do Mercosul.

Apesar da resistência de alguns países, defensores do acordo argumentam que ele, após 25 anos de negociações, poderia abrir um mercado de 780 milhões de pessoas e servir como contrapeso às práticas comerciais da China e às tarifas dos EUA.

O chanceler alemão Friedrich Merz alertou que um adiamento ou cancelamento do acordo poderia prejudicar a posição global da UE, enfatizando que decisões precisam ser tomadas rapidamente para manter a credibilidade da União no comércio internacional.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que busca concluir o acordo no próximo sábado (20), demonstrou descontentamento com as objeções da França e da Itália, afirmando que, se não for firmado agora, o Brasil não fará mais acordos enquanto ele estiver no cargo. O presidente argentino, Javier Milei, também apoiou o tratado, vendo no Mercosul uma oportunidade de acesso a mercados globais.

Apesar das incertezas, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, continuam com planos de visita ao Brasil no sábado.