Tarcísio de Freitas se posiciona a favor da prisão perpétua no Brasil
Governador de São Paulo defende mudanças radicais nas leis de combate ao crime durante evento em São Paulo.

SÃO PAULO, SP - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), manifestou-se nesta quinta-feira (21) a favor de uma legislação mais rigorosa contra a criminalidade, afirmando não se opor à introdução da prisão perpétua no Brasil. Durante um evento promovido pela XP Asset Management, Tarcísio destacou a necessidade de enfrentar o crime com a severidade que ele demanda.
"A mudança de legislação é bem-vinda e necessária. Defendo algumas alterações que podem ser consideradas radicais, pois precisamos realmente combater o crime com a dureza que ele merece", afirmou o governador, que citou como exemplo a política de segurança de Nayib Bukele em El Salvador, que levou a uma significativa redução na taxa de homicídios, embora tenha sido marcada por críticas relacionadas a prisões em massa e violação de direitos humanos.
Essa declaração ocorre em meio a uma crescente discussão sobre segurança pública, especialmente com as eleições de 2026 se aproximando. Tarcísio, que já se posiciona como candidato à reeleição em São Paulo, é também cogitado para uma possível candidatura à presidência, herdando o apoio de Jair Bolsonaro (PL), que enfrenta questões legais após ser condenado por tentativa de golpe de Estado.
O evento também abordou a situação política atual, com Tarcísio comentando que a "grande liderança da direita está passando por um processo de isolamento", e que Bolsonaro terá um papel importante na articulação para o próximo pleito. O ex-presidente foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por vários crimes, incluindo organização criminosa e tentativa de abolição do Estado democrático de Direito.
A questão da segurança pública se tornou um tema de intenso debate, especialmente após uma operação policial no Rio de Janeiro que resultou na morte de 121 pessoas. O deputado Guilherme Derrite (PP-SP), que se afastou do comando da Segurança Pública no governo Tarcísio, enfrentou críticas por suas propostas e pela condução das negociações em torno do PL Antifacção.
Além disso, a violência é frequentemente apontada como uma das principais preocupações dos eleitores, e a infiltração do crime organizado na economia gera apreensão entre investidores e economistas. Lideranças do União Brasil, em reunião recente, destacaram a segurança pública como prioridade para as eleições de 2026, visando explorar o desgaste do governo federal nesta área.