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Polícia Federal realiza operação contra irregularidades em emendas e investiga assessora de Lira

A operação, autorizada pelo STF, busca esclarecer o uso indevido de emendas parlamentares e envolve a assessora Mariângela Fialek, conhecida como Tuca.

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Polícia Federal realiza operação contra irregularidades em emendas e investiga assessora de Lira

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BRASÍLIA, DF - A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira (12) a operação Transparência, com a finalidade de investigar irregularidades na destinação de emendas parlamentares, atingindo diretamente Mariângela Fialek, conhecida como Tuca, assessora próxima ao ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

A operação foi autorizada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que apontou que Tuca estaria envolvida na operacionalização do encaminhamento de emendas em nome de Lira. De acordo com o ministro, mesmo após a mudança na Presidência da Câmara, a assessora continuou exercendo funções ligadas a emendas.

A decisão judicial ressalta indícios de que Tuca faz parte de uma estrutura que direciona indevidamente emendas parlamentares sob a supervisão da antiga presidência da Casa. A PF investiga possíveis crimes de peculato, falsidade ideológica, uso de documentos falsos e corrupção. Até o momento, a defesa de Tuca não foi localizada.

Além dos mandados de busca e apreensão, o ministro Dino determinou a quebra de sigilo telefônico e telemático de Tuca, que foi afastada de qualquer atividade relacionada a emendas durante as investigações. Uma das ações de busca ocorreu na própria Câmara, em sua sala de trabalho, e teve como objetivo coletar provas sobre as denúncias.

Conforme informações divulgadas, Tuca havia enviado à Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara listas de municípios que deveriam receber recursos de emendas, totalizando R$ 1,1 bilhão. As mensagens obtidas indicam que a assessora orientou a cúpula da comissão sobre a destinação dos recursos, sem que os integrantes do colegiado tivessem conhecimento prévio.

Na manhã de hoje, a segurança da Câmara isolou a área onde Tuca trabalha, resultando no cancelamento da sessão do plenário, que incluía votações importantes, como a do Plano Nacional de Educação, uma das prioridades do atual presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).

A operação da PF e a investigação sobre as emendas parlamentares vêm em um contexto de críticas à falta de transparência no uso desses recursos, levando à suspensão de repasses por ordem de Dino no ano anterior, após novas denúncias apresentadas pelo PSOL.