Paulo Gonet é criticado por senadores aliados a Bolsonaro em sabatina no Senado
Durante a audiência, Gonet enfrentou questionamentos sobre sua atuação e decisões polêmicas.

BRASÍLIA, DF - O procurador-geral da República, Paulo Gonet, enfrentou duras críticas de senadores aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante sua sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quarta-feira (12). A audiência faz parte do processo de recondução de Gonet ao cargo de chefe do Ministério Público, e o colegiado decidirá se recomenda a aprovação ou não ao plenário.
Os senadores Jorge Seif (PL-SC) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foram os primeiros a questionar Gonet. Seif criticou a situação do ex-presidente, que se encontra em prisão domiciliar, ressaltando a falta de liberdade em comparação a outros presos. "Bandido pode dar entrevista em cadeia, mas Bolsonaro não pode nem falar com os filhos", disparou.
Seif também levantou preocupações sobre a relação entre a PGR e o Supremo Tribunal Federal (STF), indagando sobre a independência da procuradoria diante de decisões do ministro Alexandre de Moraes. O senador fez referência a uma manifestação de Gonet contrária à anistia de acusados de tentativas de golpe de Estado.
Por sua vez, Flávio Bolsonaro expressou sua desaprovação à recondução de Gonet, acusando-o de permitir que o Ministério Público Federal fosse "esculhambado" e insinuando que ele atua sob ordens de Moraes. "Os membros do Ministério Público Federal devem ter vergonha do senhor hoje", afirmou Flávio.
Gonet, em sua defesa, afirmou que as decisões na PGR são tomadas de forma técnica e não política, e ressaltou que já pediu arquivamento em casos relacionados a Bolsonaro. Para demonstrar seu apoio, apresentou uma mensagem do presidente da ANPR, José Schettino, que o defendeu durante a sabatina.
O procurador também reafirmou seu compromisso de não interferir em outros Poderes e defendeu sua atuação relacionada à trama golpista, enfatizando que não criminaliza a política.