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Michelle Bolsonaro se opõe a apoio a Ciro Gomes e revela divisão na direita cearense

Ex-primeira-dama defende união em torno de Eduardo Girão durante evento em Fortaleza.

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Michelle Bolsonaro se opõe a apoio a Ciro Gomes e revela divisão na direita cearense

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A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) manifestou oposição às negociações do PL para apoiar a candidatura de Ciro Gomes (PSDB) no Ceará, provocando constrangimento entre líderes bolsonaristas e evidenciando um racha na base do ex-presidente Jair Bolsonaro.

No último domingo (30), Michelle esteve em Fortaleza para o lançamento da pré-candidatura do senador Eduardo Girão (Novo) ao governo do Ceará. Girão se posiciona como adversário do governador Elmano de Freitas (PT), que busca a reeleição no próximo ano.

Durante seu discurso, Michelle considerou a aproximação com Ciro Gomes prematura e pediu que a direita se una em torno de Girão. Ela criticou abertamente os líderes bolsonaristas do Ceará, incluindo o deputado federal André Fernandes (PL) e o deputado estadual Carmelo Neto (PL). "Fazer aliança com alguém que é contra o maior líder da direita não dá. Vamos trabalhar para eleger Girão. Essa aliança foi precipitada", declarou.

A ex-primeira-dama ainda enfatizou que a presença dos parlamentares no evento demonstrava apoio à candidatura de Girão. "Todos que estão aqui estão fechados com o Girão, porque senão não estariam aqui", afirmou.

Em resposta, André Fernandes falou à imprensa criticando a postura de Michelle, afirmando que o acordo com Ciro tinha o aval de Jair Bolsonaro. Ele relatou uma reunião com o ex-presidente em 29 de maio, onde Bolsonaro teria conversado com Ciro e sinalizado apoio à sua candidatura.

Na segunda-feira (1º), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, criticou as declarações de Michelle, chamando sua atitude de autoritária. "Michelle atropelou o próprio presidente, que havia autorizado o movimento de André no Ceará. A forma como ela se dirigiu a ele foi constrangedora", disse Flávio ao jornal O Povo.

Os irmãos de Flávio, Eduardo e Carlos, também manifestaram apoio à crítica, afirmando que o acordo foi uma decisão do pai. "André não poderia ser criticado por obedecer ao líder", declarou Eduardo.

As tratativas para uma possível aliança entre o PL e Ciro Gomes começaram em maio, quando o ex-ministro sinalizou disposição para uma candidatura ao governo e expressou apoio a uma possível candidatura ao Senado do deputado estadual Alcides Fernandes (PL), pai de André.