Lula prioriza aprovação de Messias e adia discussão sobre novo AGU
O presidente Lula foca em garantir a sabatina de seu aliado no STF antes de considerar um sucessor para a AGU.

Aliados do presidente Lula (PT) afirmam que a definição do novo comando da Advocacia-Geral da União (AGU) será abordada apenas após a sabatina de Jorge Messias no Senado. A prioridade do presidente é assegurar a aprovação de Messias, recentemente indicado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), em meio a tensões com a cúpula do Senado.
Na quinta-feira (20), Lula oficializou a indicação de Messias para o STF, desconsiderando a pressão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que preferia Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Desde então, Alcolumbre expressou descontentamento e indicou que pode dificultar a aprovação de Messias.
Os nomes que estão sendo cogitados para suceder Messias na AGU ainda não foram discutidos com Lula, conforme afirmam seus assessores. Até que a sabatina ocorra, Messias continuará à frente da AGU, e a questão da sucessão será tratada em momento posterior.
Entre os possíveis nomes para assumir a AGU, destacam-se Flavio Roman, Isadora Cartaxo, Anelize Almeida, Adriana Venturini e Clarice Calixto. A escolha de uma mulher para o cargo também é considerada, visando mitigar críticas após a indicação de mais um homem branco ao STF, especialmente porque a oficialização ocorreu no Dia da Consciência Negra.
Um assessor próximo de Lula sugere que o presidente pode optar pela continuidade na gestão da AGU, com a indicação de Roman. Ele também destaca que, se reeleito em 2026, Lula deverá considerar mulheres para futuras vagas no STF, mas acredita que a escolha de uma advogada-geral não aliviará a pressão sobre o governo.
Os aliados de Lula reforçam que a discussão sobre a sucessão na AGU será adiada para evitar complicações no processo de aprovação de Messias no Senado, uma vez que isso poderia ser interpretado como uma falta de respeito ao diálogo com os senadores. Além disso, a manutenção de Messias à frente da AGU durante a tramitação de sua indicação no Senado poderia gerar confusões na gestão do órgão.
A indicação para o STF é uma prerrogativa do presidente, mas requer a aprovação de pelo menos 41 dos 81 senadores em votação secreta.