Gleisi Hoffmann critica governadores de direita por intervencionismo dos EUA
Ministra pede união para fortalecer a segurança pública e critica divisões políticas

A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, manifestou seu descontentamento em relação à postura de governadores de partidos de direita, que, segundo ela, fomentam divisões no país e apoiam a ideia de intervenção dos Estados Unidos na América Latina.
Em suas declarações, Gleisi enfatizou que os governadores deveriam colaborar com o governo federal na busca de soluções para a segurança pública, mencionando a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 18, a chamada PEC da Segurança Pública, que foi apresentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso Nacional.
“Em vez de unirem esforços no combate ao crime organizado, como sugere a PEC da Segurança, os governadores da direita, representados por Ronaldo Caiado, optam pela divisão política e tentam colocar o Brasil na mira do intervencionismo militar de Donald Trump”, afirmou a ministra em uma rede social na última sexta-feira.
Gleisi também comparou esses governadores ao deputado federal Eduardo Bolsonaro, que reside nos Estados Unidos desde março e é acusado de apoiar as sanções comerciais do governo Trump contra o Brasil.
“Eles não conseguem disfarçar seu desejo de entregar o país a interesses estrangeiros, semelhante ao que Eduardo Bolsonaro e sua família fizeram com tarifas e a Lei Magnitsky”, disse a ministra.
Gleisi reiterou a importância da segurança pública, afirmando que “não pode ser tratada com leviandade e objetivos eleitoreiros. O combate ao crime demanda inteligência, planejamento e colaboração.”
No último dia 30, sete governadores anunciaram a criação do Consórcio da Paz, um projeto voltado à troca de informações de inteligência e apoio no combate ao crime organizado. Durante a reunião no Rio de Janeiro, os governadores destacaram os resultados de uma recente operação policial, que resultou em 121 mortes, incluindo quatro policiais, e a apreensão de 93 fuzis, embora o principal alvo da operação continue foragido.
A PEC 18, que tem gerado controvérsias entre os governadores, busca transferir a responsabilidade pela política nacional de segurança pública para a União, o que é visto como uma ameaça à autonomia dos estados. Ronaldo Caiado criticou a proposta, alegando que ela desrespeita a autonomia das polícias estaduais.