Política2 min de leitura

Eduardo Bolsonaro acusa Moraes de tentar barrar a direita no Senado em 2026

Deputado se torna réu após decisão do STF e alega perseguição política

Política2 min de leitura
Eduardo Bolsonaro acusa Moraes de tentar barrar a direita no Senado em 2026

Publicidade

Espaço reservado para anúncio

SÃO PAULO, SP - O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) afirmou, nesta sexta-feira (14), que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), está tentando impedir que a direita obtenha a maioria no Senado em 2026, ao votar pela aceitação da denúncia que o tornou réu na Corte.

A Primeira Turma do STF formou maioria para receber a denúncia de coação contra o parlamentar. Além de Moraes, os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin também votaram a favor. A ministra Cármen Lúcia, que integra a Turma, tem até o dia 25 para se manifestar.

Eduardo, que é filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, alegou ser alvo de uma perseguição política por parte de Moraes. Ele argumentou que a acusação de coação estaria relacionada a ações do governo Donald Trump, nos Estados Unidos, que impôs sanções a produtos e autoridades brasileiras. "A Lei Magnitsky é um meio legal e não ilícito. Eu não sou o responsável por essas sanções", defendeu Eduardo em um vídeo publicado nas redes sociais.

O deputado criticou a atuação do ministro, afirmando que a estratégia visa eliminar a possibilidade de a direita ter uma representação significativa no Senado. Afirmou que ele e o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) foram alvos de ações no STF, com Gayer tendo sua ação penal suspensa pela Câmara no mês passado.

Em entrevista à CNN, Eduardo comparou sua situação à de seu pai, atualmente em prisão domiciliar, e descreveu o processo como uma “gambiarra jurídica”. Ele enfatizou que as tentativas de torná-lo inelegível são semelhantes às que ocorreram com Jair Bolsonaro.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusou Eduardo e o empresário Paulo Figueiredo de tentarem intervir em processos judiciais relacionados ao ex-presidente, utilizando suas conexões com o governo dos EUA. A PGR alegou que o crime de coação foi caracterizado pelo uso de ameaças para favorecer interesses próprios ou alheios.

O processo contra Eduardo e Figueiredo foi desmembrado, com Moraes ordenando que Eduardo fosse notificado por edital, enquanto Figueiredo, que reside nos Estados Unidos, será notificado pessoalmente. A PGR alega que a dupla atuou para constranger a atuação do STF desde o recebimento da denúncia contra Jair Bolsonaro.

Neste momento, os ministros do STF estão avaliando se há indícios suficientes para a abertura de um processo penal contra Eduardo. Caso a denúncia seja confirmada, ele se tornará réu e responderá pelos crimes que lhe são imputados.