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Demissão de ex-secretário da Receita Federal está ligada ao caso das joias de Bolsonaro

Julio Cesar Vieira Gomes foi afastado pela CGU após conclusão de processo disciplinar

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Demissão de ex-secretário da Receita Federal está ligada ao caso das joias de Bolsonaro

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O ex-secretário da Receita Federal, Julio Cesar Vieira Gomes, que se envolveu no caso das joias recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, foi demitido no dia 25 de outubro pela Controladoria-Geral da União (CGU). A decisão foi publicada no Diário Oficial desta segunda-feira (1), fundamentada no relatório final de um processo disciplinar que confirmou o descumprimento de deveres funcionais por parte do servidor.

Além da demissão, Gomes está proibido de assumir cargos públicos federais por um período de cinco anos. Em seu depoimento à Polícia Federal, ele admitiu ter discutido com Bolsonaro sobre a liberação das joias que foram apreendidas na alfândega do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

A defesa de Gomes ainda não se manifestou sobre a demissão. Em declarações anteriores, ele assegurou que seguiu todas as orientações legais e negou qualquer tentativa de interferência.

De acordo com informações reveladas em 2023 pela Folha de S.Paulo, Bolsonaro e o ex-secretário mantiveram conversas telefônicas sobre o assunto em 27 de dezembro de 2022, pouco antes do término do mandato do ex-presidente. Essa ligação é considerada um dos primeiros indícios da participação direta de Bolsonaro no processo de liberação das joias.

O ex-chefe da Receita Federal relatou à PF que teve dois encontros com Bolsonaro sobre o tema: um pessoal na primeira quinzena de dezembro de 2022 e outra conversa por telefone em 27 de dezembro. Na reunião, ele afirmou que o presidente indagou sobre apreensões relacionadas a uma viagem à Arábia Saudita, e, após verificar as informações, repassou os dados ao tenente-coronel Mauro Cid, que era assessor de Bolsonaro na época.

No relatório final, a Polícia Federal indiciou o ex-presidente por supostos crimes relacionados ao desvio de bens, que totalizariam cerca de R$ 6,8 milhões. Outros auxiliares de Bolsonaro, como o ex-ministro Bento Albuquerque, também foram indiciados no caso, com Mauro Cid colaborando com a investigação através de delação premiada.