Política3 min de leitura

Davi Alcolumbre defende Rodrigo Pacheco para o STF em meio a impasse político

Senador aguarda definição de Lula sobre nomeação enquanto articula sua futura candidatura ao governo de Minas Gerais

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Davi Alcolumbre defende Rodrigo Pacheco para o STF em meio a impasse político

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Brasília – O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), reforçou sua preferência pelo nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para ocupar a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), desconsiderando a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de nomear o advogado-geral da União, Jorge Messias.

A indefinição sobre a escolha do novo ministro tem levado Pacheco a adiar decisões sobre seu futuro político, incluindo uma possível candidatura ao governo de Minas Gerais, que conta com o apoio de Lula.

Senadores, de forma reservada, avaliam que Alcolumbre não tem a intenção de facilitar ou dificultar a aprovação de Messias. Muitos acreditam que ele não se arriscará a prolongar a sabatina, como fez anteriormente com a indicação de André Mendonça durante o governo de Jair Bolsonaro.

Durante uma conversa no dia 20, Alcolumbre deixou claro para Lula que não poderá apoiar a aprovação de Messias, pois isso seria visto por ele como uma traição a Pacheco, seu amigo e colega.

Embora a amizade entre os dois senadores seja notória, outros parlamentares também manifestam apoio à candidatura de Pacheco e afirmam que, mesmo que votem a favor de Messias, não vão pressionar outros colegas a fazer o mesmo.

Além disso, os senadores destacam que é uma oportunidade histórica ter um ex-presidente do Senado indicado ao STF. Um líder político comentou que Lula não teria feito uma indicação se não fosse pela aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso.

A situação política de Pacheco em Minas Gerais é complexa, pois, enquanto ele ainda não decidiu se pretende se candidatar, seu partido, o PSD, já anunciou o vice-governador Matheus Simões como candidato ao governo.

Aliados de Pacheco sugerem que ele utilize a atual situação como uma vantagem na disputa pelo STF, aconselhando-o a não buscar outro partido neste momento. A avaliação é de que sua filiação não será discutida até que Lula decida sobre a nova indicação.

Senadores da base governista também evitam comentar a falta de apoio ao PT em Minas, enfatizando que Pacheco não deve ser responsabilizado por isso, já que é evidente que ele não deseja assumir a candidatura ao governo, como deseja Lula.

Apesar do apoio à Pacheco, assessores de Lula acreditam que a resistência em relação a Messias poderá ser temporária, até que a indicação ocorra oficialmente. Eles afirmam que Messias está ciente das movimentações e permanece tranquilo.

Inicialmente, Lula planejava fazer a indicação do novo ministro do STF antes de sua viagem à Ásia, mas optou por adiar o anúncio após a reunião com Alcolumbre. A expectativa é que ele ainda indique Messias, mas deseja conversar pessoalmente com Pacheco antes de qualquer decisão.

Barroso, que poderia permanecer no STF até 2033, anunciou sua aposentadoria no dia 9 de outubro. Com a saída dele, o próximo presidente terá a chance de indicar três novos ministros até 2030, já que Luiz Fux, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes também se aposentam até lá.