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Davi Alcolumbre adia sabatina de Jorge Messias e busca retomar controle sobre processo

Indicado por Lula enfrenta resistência no Senado, enquanto Alcolumbre ganha respiro para definir nova data.

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Davi Alcolumbre adia sabatina de Jorge Messias e busca retomar controle sobre processo

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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), decidiu adiar a sabatina de Jorge Messias, indicado por Lula para o Supremo Tribunal Federal (STF), numa estratégia para reassumir o comando do processo. A decisão ocorreu após a falta de apoio entre os senadores para a realização da sabatina, mesmo sem os documentos oficiais do governo.

Tradicionalmente, os ministros do STF são escolhidos pelo presidente da República, mas precisam passar por uma sabatina e obter aprovação do Senado, que requer ao menos 41 dos 81 votos dos parlamentares. O anúncio da data da sabatina, feito por Alcolumbre antes do envio da documentação pelo governo, havia dado a Lula a possibilidade de cancelar a sessão se percebesse que a aprovação de Messias não era viável.

Com o adiamento, o jogo é reiniciado. A análise do nome de Messias depende agora do envio da documentação necessária por Lula, permitindo a Alcolumbre agendar a sabatina sem a pressão de um prazo previamente estabelecido. O presidente do Senado agora conta com apoio entre seus aliados para postergar a sabatina após o envio da mensagem, caso julgue necessário.

Recentemente, Alcolumbre brincou com colegas sobre a possibilidade de realizar a sabatina apenas em novembro do ano que vem, após as eleições, que poderão definir se Lula continuará na presidência. Contudo, aliados do senador acreditam que ele não irá atrasar por tanto tempo uma vez que a documentação de Messias chegue ao Senado.

O relator da indicação, senador Weverton Rocha (PDT-MA), revelou que Alcolumbre considerou publicar um aviso no Diário Oficial para que Messias apresentasse os documentos, mas essa ideia foi desencorajada por senadores de diversas correntes. A última rejeição a um indicado ao STF ocorreu no século 19, e a eventual negativa a Messias poderia gerar uma crise política sem precedentes.

Embora o indicado de Lula tenha boa aceitação entre os senadores, seu nome enfrenta resistência, especialmente porque Alcolumbre e outros setores do Senado preferiam Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga. A situação instável de Messias também foi vista como uma chance para que senadores exigissem uma nova negociação entre o governo e o Senado.

Nos últimos dias, Lula se reuniu com senadores para discutir as preocupações em relação à condução do processo de indicação. Ele também negou que Alcolumbre estivesse dificultando a vida de Messias para conseguir novos cargos no governo, uma acusação que descontentou o presidente do Senado. Lula acredita que, antes de enviar a documentação, é essencial alinhar-se com Alcolumbre, caso contrário, a aprovação da indicação se tornaria extremamente difícil.

A escolha de Messias foi anunciada por Lula em 20 de novembro, mas a documentação necessária ainda não foi enviada ao Senado.