Crise entre Congresso e Governo Lula Ameaça Agenda Política

A crise entre o Congresso e o governo federal se agrava com o afastamento dos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, que não compareceram à sanção da isenção do Imposto de Renda nesta quarta-feira (26). Essa situação compromete a discussão de temas cruciais, como o Orçamento de 2026, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública e a indicação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Na quinta-feira (27), Alcolumbre convocou uma sessão do Congresso para analisar vetos presidenciais, e há expectativa de que Lula enfrente novas derrotas políticas. A crise também fez com que a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro ficasse em segundo plano nas discussões do Congresso, com uma reação contida da direita.

Motta e Alcolumbre, que antes eram aliados do governo, se distanciaram após a indicação de Messias, que não contava com o apoio de Alcolumbre. O presidente do Senado tem buscado apoio entre os senadores para rejeitar a nomeação, enquanto aprova projetos com impacto significativo nas contas públicas, indicando descontentamento com a administração atual.

Embora alguns membros do governo tentem minimizar a situação, afirmando que Alcolumbre poderia ter agido de forma mais severa, a relação entre o Congresso e o Palácio do Planalto está deteriorada, com reclamações sobre a falta de cumprimento de acordos e a lentidão na liberação de emendas parlamentares.

Para fortalecer sua posição, Motta formou um bloco parlamentar com 275 deputados, composto por vários partidos, o que lhe confere uma base de apoio considerável. Essa estratégia pode garantir a aprovação de requerimentos sem depender da esquerda ou da direita e assegurar sua governabilidade.

A prisão de Bolsonaro, realizada no último sábado (22), não resultou em uma mobilização significativa por parte de seus apoiadores, que tentam retomar a pauta da anistia, mas enfrentam dificuldades para avançar com a proposta.