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Conflitos na Família Bolsonaro Agitam o PL e Ameaçam Alianças para 2026

Disputas internas entre a primeira-dama, filhos de Bolsonaro e o centrão impactam a estratégia eleitoral do partido.

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Conflitos na Família Bolsonaro Agitam o PL e Ameaçam Alianças para 2026

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(FOLHAPRESS) - A turbulência na família Bolsonaro em relação ao apoio a Ciro Gomes (PSDB) no Ceará revela um cenário de crise e disputas de poder dentro do PL, que se estende a outros estados do Brasil.

Após a prisão do ex-presidente, que cumpre pena em regime fechado desde o mês passado devido a uma condenação por envolvimento em um esquema golpista, o PL, que é liderado por Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro, enfrenta uma crescente desavença interna.

Sem um comando unificado, a primeira-dama Michelle Bolsonaro, seus filhos Flávio, Eduardo e Carlos, e a ala do partido ligada ao centrão se engajam em uma acirrada luta por influência na formação dos palanques eleitorais para 2026.

Em uma reunião de emergência realizada na última terça-feira (2), a liderança do PL decidiu suspender o apoio a Ciro Gomes e se comprometeu a revisar quaisquer acordos feitos anteriormente por Bolsonaro em outras regiões, visando evitar novas rixas públicas como a que ocorreu entre Michelle e os filhos na segunda-feira (1º).

A tensão se intensificou após Michelle criticar o apoio do PL a Ciro Gomes, que se filiou recentemente ao PSDB. Ciro foi adversário de Bolsonaro nas eleições de 2018 e 2022 e sempre teve uma postura crítica em relação ao ex-presidente.

Flávio Bolsonaro (PL-RJ) respondeu às críticas, acusando a madrasta de agir de maneira autoritária e de ter passado por cima do ex-presidente, que teria dado sinal verde para a aproximação com Ciro. O senador, em busca de unidade familiar, pediu desculpas a Michelle durante a reunião.

A disputa pelo Senado é um dos pontos centrais dessa crise. Michelle lançou a vereadora de Fortaleza, Priscila Costa (PL), como candidata, mas a cúpula estadual do partido defende a candidatura de Alcides Fernandes (PL), pai do deputado André Fernandes (PL-CE).

A meta do PL é garantir uma maioria no Senado para se opor ao Supremo Tribunal Federal, com o intuito de eleger um novo presidente da Casa e facilitar pedidos de impeachment contra ministros do STF.

Disputas semelhantes estão ocorrendo em estados como Rio de Janeiro, Santa Catarina e Pernambuco, além do Distrito Federal, o que pode resultar em desavenças internas dentro do PL.

Em Santa Catarina, por exemplo, Carlos Bolsonaro (PL), vereador no Rio, foi indicado para concorrer ao Senado, gerando atrito com a deputada federal Caroline de Toni (PL), que já articulava sua própria candidatura.

No estado, a reeleição do senador Espiridião Amin (PP) pode inviabilizar uma chapa pura do PL, levando De Toni a considerar uma mudança para o partido Novo.

Em Pernambuco, a escolha do ex-ministro do Turismo, Gilson Machado (PL), como candidato de Bolsonaro ao Senado foi complicada pela prisão do ex-presidente, aumentando as divisões internas. Anderson Ferreira, ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, também está na corrida pelo Senado.

No Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro é um candidato natural à reeleição, mas a disputa pela segunda vaga envolve o governador Cláudio Castro e o senador Carlos Portinho, com a popularidade de Castro crescendo após uma operação policial que result