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Bolsonarismo enfrenta nova crise interna e filhos de ex-presidente se manifestam

A disputa pela liderança da direita se intensifica a menos de um ano das eleições de 2026

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Bolsonarismo enfrenta nova crise interna e filhos de ex-presidente se manifestam

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A menos de 11 meses das eleições de 2026, o bolsonarismo passa por um processo de reestruturação interna, onde diferentes figuras políticas buscam assumir a liderança da direita sem o confronto direto que caracterizou a primeira onda de dissidência. Nos últimos anos, políticos como Joice Hasselmann e Janaina Paschoal perderam relevância após se oporem abertamente a Jair Bolsonaro, e agora, os novos dissidentes adotam uma postura mais cautelosa, mantendo a lealdade ao ex-presidente enquanto tentam se posicionar mais ao centro.

O apoio do centrão e de setores do empresariado e do mundo financeiro a Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) é um dos aspectos mais notáveis dessa nova dinâmica, que inclui a articulação de governadores de direita. Diferente da primeira geração de dissidentes, que enfrentou Bolsonaro em um momento de forte popularidade, a atual dissidência opera em um cenário onde o ex-presidente está preso e inelegível.

A semente desse novo movimento pode ter sido plantada nas eleições municipais de 2024, quando Pablo Marçal quase superou o candidato oficial do bolsonarismo, Ricardo Nunes (MDB), para a Prefeitura de São Paulo. Isso demonstrou que, dependendo do perfil e da estratégia, a dissidência pode não resultar em um fracasso eleitoral imediato.

Enquanto isso, os filhos de Bolsonaro, Flávio, Eduardo e Carlos, tentam manter a liderança da direita dentro da família, insistindo que o bolsonarismo possui um líder definido e hierárquico. Recentemente, Flávio Bolsonaro intensificou seus esforços para se lançar como candidato à Presidência, o que representa um desafio ao centrão e à tentativa de unificação da direita em torno de Tarcísio.

Eduardo, em entrevista, criticou a presença de figuras na direita que se passam por líderes, afirmando que, sem Bolsonaro, não há outro nome que aglutine o eleitorado. As críticas se direcionam especialmente a Tarcísio e a outros governadores, acusados pelo clã Bolsonaro de agirem como "ratos" em busca de capital político.

No entanto, a situação se complica para Nikolas Ferreira, um dos deputados mais votados em 2022, que é acusado de não defender o ex-presidente e de liderar uma dissidência. A decisão de Carlos Bolsonaro de concorrer ao Senado por Santa Catarina também gerou divisões, especialmente com a resistência da deputada estadual Ana Campagnolo.

Apesar das tensões, tanto Nikolas quanto Tarcísio tiveram autorização para visitar Bolsonaro nas próximas semanas. O dilema que enfrentam é se devem ou não passar o bastão da liderança antes da eleição, o que poderia isolar Bolsonaro e dificultar a formação de uma bancada de extrema-direita.