Aprovação Apertada de Gonet Serve de Alerta para Indicação de Messias ao STF
Resultado da recondução acende sinal amarelo no governo Lula sobre os desafios que Jorge Messias poderá enfrentar.
A recondução de Paulo Gonet à Procuradoria-Geral da República (PGR) com um apertado placar de 45 votos a 26 despertou preocupações no governo Lula e entre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O resultado foi interpretado como um indicativo das dificuldades que Jorge Messias poderá enfrentar caso sua indicação para o STF seja confirmada pelo presidente.
O resultado da votação reforçou a influência do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que manifesta preferência pela indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga. O Senado é responsável por aprovar as indicações do presidente ao STF, necessitando de um mínimo de 41 votos entre os 81 senadores para a aprovação em votação secreta. Sem o apoio de Alcolumbre, o governo enfrentaria grandes desafios para garantir os votos necessários.
Após a votação de Gonet, aliados do governo tentaram minimizar as consequências do resultado, afirmando que a situação atual do Senado, com a oposição consolidada e os blocos governistas, já é de conhecimento de Lula, que continua a apoiar o chefe da Advocacia Geral da União.
O placar de aprovação de Gonet foi significativamente inferior ao obtido anteriormente por Flávio Dino, que teve 47 votos a favor. Gonet, que antes havia sido aprovado com 65 votos, agora enfrentou uma forte oposição após suas denúncias contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Um assessor do presidente revela que o governo está ciente da necessidade de intensificar o diálogo com os senadores para melhorar os resultados nas votações futuras. A expectativa é de que as resistências diminuam uma vez que a indicação de Messias seja formalizada, e que votar contra o nome indicado seria contraproducente para os senadores.
Lula tem sinalizado que pode considerar Pacheco para uma futura vaga no STF, mas também está incentivando a candidatura do senador ao governo de Minas Gerais. Alcolumbre e Lula se reuniram recentemente, onde o presidente do Senado expressou suas preocupações sobre a escolha de Messias.
Rogério Marinho, líder da oposição no Senado, adota uma postura cautelosa, afirmando que o resultado da votação de Gonet demonstra que a oposição pode derrotar o governo caso os blocos de apoio ao presidente se dividam.
Enquanto isso, integrantes da oposição reconhecem que alguns podem apoiar Messias, considerando a possibilidade de um evangélico ocupar a vaga no STF, alinhando-se com André Mendonça. A votação de Gonet, segundo ministros do STF, é vista como um sinal de alerta para o governo em relação à próxima indicação ao Supremo.