Alexandre Ramagem afirma ter apoio do governo Trump nos EUA
Deputado condenado por envolvimento em trama golpista diz ser alvo de perseguição política

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por sua participação em um esquema golpista e atualmente enfrenta um mandado de prisão, declarou estar "seguro" nos Estados Unidos com o apoio do governo de Donald Trump.
Em uma entrevista ao programa Conversa Timeline, apresentado pelo blogueiro Allan dos Santos, que também está foragido desde 2021, Ramagem afirmou que recebeu a mensagem do governo americano: "Que bom que temos um amigo que está em segurança e a salvo aqui nos EUA. Então, a gente tem esse apoio dos norte-americanos".
Desde sua saída do Brasil em setembro, o deputado alegou ser vítima de "grave perseguição política" e revelou que decidiu deixar o país para não expor suas filhas à possibilidade de sua prisão. Ele comparou sua situação à de Trump e afirmou ter recebido apoio do governo republicano.
Ramagem também criticou o ministro Alexandre de Moraes e comentou sobre a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ocorrida em 22 de outubro, a qual classificou como "a consumação de toda a perseguição política". Bolsonaro admitiu ter danificado sua tornozeleira eletrônica com um ferro de solda.
Conforme investigações da Polícia Federal, Ramagem teria deixado o Brasil por Boa Vista (RR), possivelmente atravessando a fronteira para a Venezuela ou Guiana antes de seguir para os Estados Unidos. Uma reportagem do site PlatôBR revelou que o deputado reside atualmente em um condomínio de luxo em Miami com sua esposa, Rebeca Ramagem. A PF iniciou uma investigação para rastrear seu trajeto e verificar possíveis crimes relacionados à sua saída irregular do país.
No domingo, 23, Rebeca publicou um vídeo nas redes sociais mostrando o reencontro da família em um aeroporto americano. Ela disse que viajou com as filhas "para proteger a família" e que seu marido está enfrentando uma "perseguição desumana", além de questionar a imparcialidade do sistema judicial brasileiro, alegando que Ramagem é vítima de lawfare, termo que se refere ao uso político do judiciário.
A Câmara dos Deputados informou que não autorizou qualquer missão oficial de Ramagem no exterior. O deputado apresentou atestados médicos que justificam sua ausência das atividades legislativas entre 9 de setembro e 12 de dezembro. Após saber de sua fuga, o ministro Alexandre de Moraes decretou sua prisão preventiva. A PF continua monitorando Ramagem nos EUA e analisa as opções de cooperação internacional no caso.
A Primeira Turma do STF decidiu manter a prisão preventiva de Jair Bolsonaro, citando descumprimento de medidas cautelares, risco de fuga e desrespeito à autoridade judicial.