Senadores expressam preocupação com possível crise após rejeição de Messias ao STF
Aliados afirmam que Lula deve buscar acordo com Davi Alcolumbre para reverter a situação

BRASÍLIA, DF - A escolha do advogado-geral da União, Jorge Messias, pelo presidente Lula (PT) para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) gerou um clima de apreensão entre senadores, que temem uma crise política sem precedentes caso o nome seja rejeitado. Desde o final do século 19, o Senado não barrava uma indicação para a corte suprema.
Senadores têm manifestado preocupações nos bastidores, apontando que uma possível rejeição poderia trazer consequências negativas para todos os envolvidos. O consenso entre os governistas é que a situação vai além da figura de Messias, que é bem visto no meio político. Para evitar uma crise, é fundamental que Lula dialogue com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), a fim de salvar a indicação.
Alcolumbre, que preferia a escolha de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga, demonstrou seu descontentamento publicamente e está disposto a barrar a confirmação de Messias. Essa tensão entre o senador e o governo federal é vista como um erro por alguns parlamentares, que acreditam que Alcolumbre desrespeitou as prerrogativas da Presidência ao se opor abertamente.
Aliados de Lula sugerem que o presidente deve procurar Alcolumbre para discutir a possibilidade de negociar outras indicações em cargos menores, como a presidência do Cade e da ANA, que estarão disponíveis em breve. No entanto, pessoas próximas a Alcolumbre acreditam que o problema é mais complexo e exigirá uma reforma na articulação política do governo.
Messias, por sua vez, está buscando apoio e conversou com o senador Weverton Rocha (PDT-MA), que se mostrou disposto a amenizar a situação. Ele acredita que uma conversa com Alcolumbre é iminente e está se esforçando para isso.
Com a sabatina marcada para 10 de dezembro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Messias precisa do apoio de pelo menos 41 dos 81 senadores para garantir sua vaga no STF. O tempo é curto, e ele busca apoio antes da votação decisiva.