Ramagem pode renunciar em 2024 se receber asilo nos EUA, afirma líder do PL
Sóstenes Cavalcante busca adiar votação de cassação do deputado, prevista para esta semana.

BRASÍLIA, DF - O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), declarou nesta segunda-feira (15) que o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), que enfrenta a ameaça de cassação, revelou que pode optar por renunciar no próximo ano. A decisão de Ramagem estaria condicionada à resposta sobre o pedido de asilo que ele fez aos Estados Unidos, após ser condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no caso da tentativa de golpe.
Segundo Cavalcante, caso o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), siga com a votação da perda de mandato de Ramagem nesta semana, a expectativa é que o resultado se assemelhe ao do caso da deputada Carla Zambelli (PL-SP). O líder acredita que a maioria dos votos seria a favor da manutenção do mandato, mas que o STF interviria para anular essa decisão.
Para evitar essa situação, Cavalcante planeja solicitar a Motta que o processo seja adiado. Inicialmente, a votação estava marcada para quarta-feira (17). O líder argumenta que Motta deveria adotar o mesmo procedimento seguido no caso de Zambelli, que passou pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) antes de chegar ao plenário. Essa estratégia, segundo ele, daria tempo suficiente para que Ramagem conseguisse o asilo e renunciasse antes da cassação.
Ramagem deixou o Brasil durante o julgamento do STF, sendo condenado a 16 anos e um mês de prisão por envolvimento na tentativa de golpe. Atualmente, ele reside em um condomínio de luxo na Flórida e tem participado das sessões da Câmara por meio de vídeos, amparado por atestado médico.
A liderança da Câmara considera que a decisão final sobre a perda de mandato de Ramagem e Zambelli cabe ao plenário. Contudo, o STF ordenou, na última sexta-feira (12), que Motta procedesse com a cassação de Zambelli.
Até o momento, Motta tem adotado abordagens diferentes para cada caso: enquanto o processo de Zambelli foi analisado pela CCJ por mais de quatro meses, o caso de Ramagem está programado para uma deliberação direta no plenário.