PT Foca na Reeleição de Lula e Consolida Estratégias para 2026
Partido busca fortalecer candidaturas no Nordeste e ampliar sua bancada na Câmara e no Senado.

SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) - Com a meta de garantir a reeleição do presidente Lula, o PT adotou uma abordagem cautelosa para as eleições de 2026, adiando decisões sobre candidatos a governos estaduais e ao Senado para o próximo ano.
A instalação do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE), na semana passada, é o primeiro passo para a definição da estratégia nacional do partido. O deputado federal José Guimarães (PT-CE) será o responsável por liderar esse grupo, que tem como principais objetivos reeleger Lula, aumentar a representação do PT na Câmara e no Senado e garantir palanques estaduais robustos, alinhados com os aliados.
Edinho Silva, presidente nacional do PT, reforçou a importância de construir candidaturas fortes no campo democrático, enfatizando a necessidade de enfrentar a direita organizada no Brasil. As decisões sobre candidaturas serão moldadas pela realidade de cada estado, buscando candidatos que possam barrar aqueles alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O Nordeste será um ponto central na estratégia do PT, com a expectativa de eleger pelo menos um senador do partido em cada um dos nove estados da região, além de assegurar a presença de ao menos um deputado federal por estado.
Nos estados, o PT já está se movimentando para lançar candidaturas ao governo e ao Senado. Um levantamento indica que o partido possui pré-candidatos a governador em 11 estados e no Distrito Federal. Entre eles, estão os governadores Jerônimo Rodrigues (BA), Elmano de Freitas (CE) e Rafael Fonteles (PI), que buscam a reeleição, e Cadu Xavier (RN), que foi escolhido para suceder a governadora Fátima Bezerra.
Enquanto isso, o cenário é desafiador para Jerônimo e Elmano, que enfrentam uma oposição organizada. Já Cadu, embora menos conhecido, conta com o apoio da popularidade de Lula. O PT também está atento ao cenário no Rio Grande do Sul, onde o ex-deputado Edegar Pretto aparece bem nas pesquisas, mas sua candidatura ainda é incerta.
No Distrito Federal, as prévias programadas para novembro entre o ex-deputado Geraldo Magela e Leandro Grass foram suspensas, e a orientação é que as direções locais não apressam a definição de candidaturas.
Entre os senadores, cinco dos seis que têm mandato até fevereiro de 2027 já sinalizaram a intenção de buscar a reeleição, com Paulo Paim (PT-RS) reconsiderando sua decisão inicial de não concorrer novamente. A governadora Fátima Bezerra também é vista como uma escolha certa para o Senado, mas as intenções em outros estados dependerão da dinâmica local.
Na Bahia, a definição da chapa para a reeleição de Jerônimo Rodrigues deve ser adiada para o ano que vem, já que a base enfrenta tensões internas. O mesmo se aplica ao Ceará, onde José Guimarães deseja uma vaga no Senado, mas enfrenta resistência de outros partidos aliados.
Além disso, o PT está em busca de parcerias com outros partidos. Recentemente, a legenda declarou apoio ao deputado estadual Requião Filho (PDT) na corrida pelo governo do Paraná, e alianças com PSD e MDB estão sendo consideradas preferenciais em diversas regiões.