Prisão de ex-ministros de Bolsonaro marca novo capítulo na trama golpista
Generais da reserva Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira iniciam cumprimento de pena em Brasília

BRASÍLIA, DF - Os ex-ministros Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, ambos generais da reserva, foram detidos nesta terça-feira (25) após serem condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. Eles foram levados para o Comando Militar do Planalto.
A prisão ocorre no contexto do julgamento que também resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-ministro Walter Braga Netto, que já se encontram em prisão preventiva. O deputado Alexandre Ramagem, um dos réus, fugiu para os Estados Unidos.
O STF confirmou o trânsito em julgado, encerrando o processo para Bolsonaro, Ramagem e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Em setembro, os acusados foram condenados por crimes como organização criminosa armada e abolição do Estado democrático de Direito.
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de Bolsonaro, foi o primeiro a cumprir pena, após retirar sua tornozeleira eletrônica em audiência no STF. Ele foi sentenciado a dois anos de reclusão por sua participação na trama.
Todos os condenados enfrentam penas que variam de 2 a 27 anos, além de uma inelegibilidade de oito anos após o cumprimento das penas. A condenação de Bolsonaro o impede de concorrer a cargos públicos até 2060.
Heleno foi acusado de contribuir para a construção da narrativa de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas e de se envolver em espionagens ilegais. Paulo Sérgio Nogueira, por sua vez, foi considerado conivente com as ações golpistas ao não proteger a democracia durante seu tempo à frente do Ministério da Defesa.
A prisão dos ex-ministros ressalta a gravidade das acusações e a continuidade das investigações sobre a tentativa de manter Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022.