Polícia Federal investiga fraudes do Banco Master com envolvimento de autoridade do STF
Diretor da PF confirma que apurações foram remetidas ao Supremo devido a prerrogativa de foro.

No dia 15 de outubro, o diretor da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, anunciou que as investigações sobre supostas fraudes no Banco Master atingiram uma autoridade com foro especial no Supremo Tribunal Federal (STF), levando à suspensão das apurações e seu direcionamento à Corte. O ministro Dias Toffoli determinou que o caso prossiga no tribunal.
Rodrigues destacou a cautela da PF em investigações que envolvem autoridades com prerrogativa de foro. 'A qualquer indício de investigado com prerrogativa de foro, suspendemos as investigações e enviamos ao foro competente', explicou. Ele também assegurou que a pausa para a definição do foro não atrasou as apurações: 'Foi um lapso curtíssimo, as investigações foram retomadas', afirmou.
Embora o diretor da PF não tenha revelado a identidade da autoridade envolvida, a investigação trouxe à tona documentos relacionados ao deputado federal João Carlos Bacelar (PL-BA), encontrados em um endereço associado ao proprietário do banco, Daniel Vorcaro. Bacelar afirmou que esteve envolvido na criação de um fundo para um empreendimento imobiliário em Trancoso, na Bahia, onde foi contatado por Vorcaro.
Além das apurações, o caso também implicou ministros do STF. Na última sexta-feira, Toffoli, que viajou em um avião particular com um advogado da causa, bloqueou o acesso da CPI do INSS aos dados de quebra de sigilos do controlador do Banco Master. O nome do ministro Alexandre de Moraes também foi mencionado, devido a um contrato de R$ 129 milhões entre o escritório de sua esposa e a instituição financeira.
Rodrigues ainda se defendeu de acusações de pressão política sobre a PF, afirmando que mantém um diálogo aberto com políticos. 'Estamos trabalhando com seriedade, o que nos permite resistir a pressões', disse. Ele reconheceu que tentar influenciar as operações policiais é parte do cenário, mas reafirmou a integridade do trabalho da PF.