Instituto Butantan Lança Insetário para Avançar no Combate a Doenças Virais
Nova estrutura permitirá estudos aprofundados sobre a interação entre mosquitos e vírus, contribuindo para o desenvolvimento de vacinas.

O Instituto Butantan inaugurou um insetário focado na criação de mosquitos _Aedes aegypti_ e _Aedes albopictus_, com nível 2 de biossegurança (NB2). Essa estrutura será fundamental para o estudo de vetores de doenças como dengue, zika e chikungunya.
A nova instalação possibilitará a realização de ensaios necessários para a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), gerando dados que comprovem a segurança ambiental e a ausência de risco de transmissão do vírus vacinal por mosquitos durante a pesquisa e desenvolvimento de vacinas contra arboviroses.
O insetário se integrará às plataformas do Centro para Vigilância Viral e Avaliação Sorológica (CeVivas) e aos núcleos de Bioinformática e Genômica do Centro de Desenvolvimento Científico (CDC) do Butantan, formando um ambiente multidisciplinar que une ciência, inovação e saúde pública.
“Com essa estrutura, o Instituto ganha autonomia científica e regulatória, permitindo a geração interna de evidências que sustentam o processo de liberação de novas vacinas. Esse avanço acelera o desenvolvimento, garante biossegurança e fortalece a resposta nacional às arboviroses”, afirmou Sandra Coccuzzo, diretora do CDC.
O insetário será uma instalação controlada, com acesso restrito e medidas rigorosas de segurança, garantido que mesmo os mosquitos infectados não representem risco ao meio ambiente.
Os pesquisadores já iniciaram os cultivos dos mosquitos a partir de ovos obtidos nas colônias do próprio insetário. As larvas se desenvolvem em ambientes controlados, enquanto os adultos são alimentados com soluções que simulam a alimentação natural, permitindo estudos sobre infecção e transmissão de vírus.
Atualmente, os cientistas estão realizando testes com vírus selvagens para entender como eles se replicam e se a vacina pode impedir essa replicação. O processo inclui a coleta de saliva dos mosquitos para analisar a presença do vírus.
Além de dengue e chikungunya, o insetário poderá abrigar estudos com outros vírus e patógenos no futuro, ampliando as frentes de pesquisa do Butantan.