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INSS suspende descontos de empréstimos consignados do Banco Master

Medida cautelar bloqueia repasses e investiga irregularidades

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INSS suspende descontos de empréstimos consignados do Banco Master

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O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) decidiu, por medida cautelar, suspender os repasses dos valores descontados de empréstimos consignados e cartões de crédito vinculados ao Banco Master. A decisão foi assinada pelo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, no dia 26 de setembro, e resultou no bloqueio de R$ 27 milhões em repasses até a última terça-feira (9).

A suspensão visa interromper possíveis irregularidades e proteger o interesse público, de acordo com o comunicado do órgão. Essa decisão permanecerá em vigor até que sejam concluídas as investigações sobre o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) firmado com o Banco Master.

A medida foi confirmada pela Diretoria de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão (Dirben) e pela Procuradoria Federal Especializada. O crédito consignado é um tipo de empréstimo em que as parcelas são descontadas diretamente da aposentadoria ou pensão, apresentando juros mais baixos devido ao risco reduzido de inadimplência.

Além disso, em outubro, o INSS já havia decidido não renovar o ACT que permitia ao Banco Master oferecer crédito consignado a aposentados e pensionistas, resultando na suspensão de novas operações dessa modalidade pelo banco.

O INSS também solicitou ao Dataprev a revogação dos acessos do Banco Master aos sistemas operacionais de crédito consignado. Essa ação se baseia em um elevado número de reclamações registradas, incluindo dificuldades em cancelamentos, cobranças indevidas e operações não reconhecidas.

Indícios de práticas inadequadas em relação às normas, como falta de autorização expressa e autenticação biométrica, também foram considerados. Na última semana, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga desvios em aposentadorias do INSS convocou o banqueiro Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, para prestar depoimento. Vorcaro, que foi preso em novembro sob alegações de risco de fuga, está atualmente fora da prisão, monitorado por tornozeleira eletrônica, e é investigado pela Polícia Federal por suposta emissão de títulos de crédito falsos.

A reportagem entrou em contato com o Banco Master, mas não obteve resposta até o fechamento deste material.