Governo Tarcísio de Freitas gera insatisfação entre aliados ao deixar deputados sem emendas
Exclusão de parlamentares da base em repasse de R$ 380 milhões provoca descontentamento e especulações sobre motivações políticas.

São Paulo, SP - O governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) enfrentou uma nova onda de descontentamento entre os deputados aliados na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) ao não incluir parte deles na distribuição de emendas parlamentares em um repasse de R$ 380 milhões a municípios, ocorrido nesta semana.
A gestão argumenta que a exclusão dos parlamentares se deve a questões administrativas, mas essa justificativa não convenceu muitos deputados, que expressaram desconfiança em relação à decisão. Entre os parlamentares que não receberam recursos estão Ana Carolina Serra (Cidadania), Dirceu Dalben (Cidadania), Lucas Bove (PL), Oseias de Madureira (PRD) e Mauro Bragato (PSDB). Guto Zacarias (União Brasil) também ficou de fora, embora não tenha indicado destinação para os recursos.
O repasse foi realizado por meio de transferências entre fundos, com a liberação do dinheiro sendo publicada no Diário Oficial de quarta-feira (29) e os valores creditados nas contas municipais na quinta (30). Nos bastidores, deputados tentaram associar a falta de repasses a Lucas Bove a uma denúncia de agressão feita pelo Ministério Público, enquanto a exclusão de Ana Carolina Serra foi vinculada a descontentamentos com o ex-prefeito de Santo André, Paulinho Serra, seu marido, que articula uma candidatura ao governo.
Deputados afetados, embora relutantes em se manifestar publicamente, demonstraram insatisfação em conversas privadas. O governo, por sua vez, reitera que a questão é meramente burocrática e que as emendas não contempladas serão atendidas em repasses futuros. O presidente da Alesp, André do Prado (PL), um dos principais aliados do governador, defendeu a posição do governo, alegando que problemas administrativos são comuns nesse tipo de operação.
Até a semana passada, o governo já havia liberado R$ 361,4 milhões em transferências voluntárias, totalizando mais de R$ 1 bilhão em repasses em 2024. Entretanto, a insatisfação entre os deputados tem crescido, especialmente em razão da demora na liberação de emendas, o que gera um clima tenso nas relações entre a base e o governo.