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Governadores de Direita Defendem Consórcio de Combate ao Crime e Enfrentam Críticas

Especialistas avaliam que retórica adotada pelo grupo é inadequada e perigosa.

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Governadores de Direita Defendem Consórcio de Combate ao Crime e Enfrentam Críticas

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Em meio a operações policiais que resultaram em 121 mortes, entre elas a de quatro policiais, governadores de direita, liderados pelo governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, anunciaram a criação do "Consórcio da Paz". O projeto visa integrar esforços para combater o crime organizado no Brasil.

No entanto, a iniciativa enfrenta críticas severas de especialistas. Ignacio Cano, sociólogo e professor da UERJ, destaca que o nome do consórcio deveria ser "Consórcio da Morte", dada a letalidade das operações. "Os governadores erraram no nome. Cada vez que usarem esse termo, serão lembrados das mortes que seus governos produzem", afirmou.

O consórcio é composto por sete governadores, incluindo Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG) e Ronaldo Caiado (GO). A retórica utilizada, como o termo "narcoterrorismo", foi criticada por especialistas que acreditam que esse tipo de linguagem pode ocultar falhas na gestão da segurança pública.

Jacqueline Muniz, antropóloga da UFF, enfatiza que o uso de palavras como "narcoterrorismo" e "war on drugs" não apenas desvia o foco do problema real, mas também pode resultar em medidas autoritárias que ameaçam a democracia. "A segurança pública deve gerar segurança, não morte. O uso da força precisa respeitar os direitos humanos e as normas legais", disse.

A operação mais recente no Rio de Janeiro, considerada a mais letal do país, gerou uma reação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que busca equilibrar sua imagem e o impacto das ações policiais em sua gestão. O debate sobre a terminologia utilizada por autoridades e suas consequências para a sociedade continua em pauta entre especialistas e políticos.