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Dólar sobe e Bolsa registra queda em meio a dados econômicos e expectativas sobre juros nos EUA

Mercado reage a indicadores do Brasil e discursos do Fed

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Dólar sobe e Bolsa registra queda em meio a dados econômicos e expectativas sobre juros nos EUA

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SÃO PAULO, SP - O dólar encerrou o dia em alta de 0,67% nesta segunda-feira (17), sendo cotado a R$ 5,3317. O aumento da moeda americana ocorre enquanto investidores analisam os dados do IBC-Br, que funcionam como uma prévia do PIB brasileiro.

No cenário internacional, o mercado acompanhou atentamente os discursos de membros do Federal Reserve (Fed), em busca de indícios sobre as futuras decisões de política monetária da instituição.

A valorização do dólar foi observada em âmbito global, com expectativas de que a taxa de juros dos Estados Unidos permaneça inalterada na próxima reunião. O índice DXY, que mede a força do dólar em relação a outras seis moedas fortes, subiu 0,27%, alcançando 99,56 pontos.

Enquanto isso, a Bolsa de Valores registrou uma queda de 0,47%, fechando a 156.992 pontos, sendo a Rumo um dos principais destaques negativos, com uma desvalorização superior a 8%.

O movimento do mercado reflete os dados do IBC-Br, que apresentou uma queda de 0,2% em setembro em comparação a agosto, superando a expectativa de retração de 0,1% prevista por economistas consultados pela Reuters. Em relação ao trimestre anterior, a atividade econômica encolheu 0,9%. Segundo o economista Rafael Perez, da Suno Research, esses números confirmam a tendência de desaceleração econômica, influenciada pela política monetária restritiva e uma base de comparação elevada do primeiro semestre.

Na comparação com setembro de 2024, o IBC-Br teve um crescimento de 2% e um avanço de 3% em 12 meses. Os dados oficiais do PIB do terceiro trimestre devem ser divulgados no início de dezembro, com economistas prevendo uma alta de 1,8% em relação ao trimestre anterior, após um crescimento de 0,4% no segundo trimestre.

O Banco Central (BC) reafirma sua confiança de que a taxa de juros, mantida em 15%, o maior nível em quase duas décadas, ajudará a controlar a inflação, que deve permanecer dentro da meta de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Na última semana, os economistas consultados pelo BC pela primeira vez preveem que a inflação deverá ficar dentro da meta em 2025, com uma expectativa de 4,46% até o final de dezembro.

Esses dados podem abrir espaço para que o ciclo de cortes da Selic comece no início do próximo ano, o que, embora estimule o mercado de renda variável, também pressiona a moeda brasileira. No mercado de câmbio, a diferença de juros entre Brasil e Estados Unidos é um fator crucial: quando a taxa dos EUA cai, como nas duas últimas reuniões do Fed, e a Selic permanece alta, os investidores aproveitam essa diferença em estratégias de "carry trade", que envolve tomar empréstimos a taxas menores para investir em mercados de juros mais altos.

Entretanto, as recentes declarações de autoridades do Fed geraram incertezas sobre a continuidade do ciclo de cortes nas taxas. O vice-presidente do Fed, Philip Jefferson, afirmou que é preciso proceder com cautela em relação a novos cortes, considerando os impactos sobre a inflação.

As declarações de Jefferson, que ecoam a cautela de outros membros do Fed, contribuíram para a