China e EUA suspendem taxas portuárias por um ano

O Ministério do Comércio da China anunciou que as taxas portuárias mútuas serão suspensas por um período de um ano. A decisão ocorre após os Estados Unidos encerrarem, em 10 de novembro, investigações que envolviam os setores marítimo, logístico e de estaleiros navais da China.

Essas tarifas, conhecidas como "taxas portuárias especiais", foram introduzidas pelo Ministério dos Transportes da China em resposta a medidas semelhantes adotadas pelos EUA em abril, que também afetaram embarcações chinesas. Ambas as taxas começaram a valer quatro dias após suas respectivas divulgações.

Desde 14 de outubro, a China havia imposto tarifas adicionais a navios dos EUA, incluindo aqueles de bandeira americana, com taxa de 50 dólares (aproximadamente R$ 270) por tonelada líquida. Essa quantia aumentaria em 30 dólares anualmente até 2028. Por outro lado, os navios americanos que chegavam aos portos chineses pagavam 56 dólares por tonelada líquida, com aumento gradual até 157 dólares também até 2028.

Analistas do setor já haviam advertido que essas tarifas poderiam elevar os custos operacionais do transporte marítimo, ocasionando mudanças nas rotas comerciais e redução nos volumes de carga, em um cenário já afetado pelo aumento dos preços de combustíveis e pela fragilidade do comércio global.

Estudos da consultoria Alphaliner, conforme informado pela agência EFE, indicaram que, se as tarifas permanecessem, as dez maiores companhias marítimas poderiam desembolsar até 3,2 bilhões de dólares (cerca de 2,7 bilhões de euros) em tarifas americanas até 2026, sendo que a estatal chinesa Cosco seria responsável por aproximadamente 1,53 bilhão de dólares (cerca de 1,3 bilhão de euros).

Além da suspensão das taxas portuárias, China e EUA também concordaram em reduzir algumas tarifas e suspender restrições de exportação, como as que envolvem terras raras, e retomar o comércio agrícola entre os dois países.