Caos nos Céus: Cancelamentos de Voos nos EUA Atingem 4% nesta Sexta-feira
Paralisação do governo federal provoca escassez de funcionários e afeta a aviação em meio à temporada de férias.
Os Estados Unidos enfrentam um cenário de turbulência aérea nesta sexta-feira (7), com o cancelamento de pelo menos 4% dos voos programados em todo o país. A ação foi determinada pelo Departamento de Transportes em resposta à falta de pessoal provocada pelo shutdown, que já se estende por 38 dias, tornando-se o mais longo da história do país.
Devido à ausência de verba aprovada pelo Congresso, diversos serviços públicos foram suspensos, e servidores essenciais, como os controladores de tráfego aéreo, estão trabalhando sem remuneração. A situação resultou em um aumento das ausências, levando o secretário de Transportes, Sean Duffy, a cancelar inicialmente 4% dos voos, com a possibilidade de esse número aumentar para 10% até 14 de novembro.
Conforme dados do FlightAware, mais de 650 voos já foram cancelados até a manhã desta sexta. A consultoria Cirium estima que cerca de 1.800 voos possam ser suspensos diariamente, impactando mais de 260 mil passageiros. Além dos cancelamentos, os aeroportos estão enfrentando longas filas e atrasos devido à falta de pessoal de segurança.
A crise surge em um momento crítico, às vésperas da temporada de férias e do feriado de Ação de Graças, quando o fluxo aéreo nos EUA costuma aumentar significativamente. Entre os 40 aeroportos afetados estão alguns dos mais movimentados do país, como Nova York, Los Angeles, Chicago, Dallas e Miami.
Por enquanto, os voos internacionais, incluindo as rotas entre Brasil e Estados Unidos, estão operando normalmente. Jeff Guzzetti, ex-investigador da FAA, ressaltou que a decisão de reduzir as operações visa evitar riscos de acidentes devido ao número insuficiente de controladores, comparando a situação ao fechamento do espaço aéreo após os atentados de 11 de setembro de 2001.
A impasse político no Congresso, que impede a aprovação do orçamento, continua sem solução. Para encerrar o shutdown, o governo precisa de 60 votos no Senado, mas apenas 53 senadores pertencem ao partido do presidente Donald Trump. Os democratas condicionam seu apoio à ampliação de programas de assistência médica, enquanto os republicanos tentam negociar cortes e recomposição de verbas.
Enquanto o fechamento afeta serviços e provoca caos aéreo, o governo e a oposição trocam acusações nas redes sociais. Trump culpa os democratas, que, por sua vez, o acusam de negligência. O Senado deve votar nesta sexta-feira um novo projeto orçamentário em uma tentativa de solucionar a crise, que já ameaça a economia e a rotina de milhões de americanos.
O shutdown, o mais longo da história dos Estados Unidos, suspendeu o programa SNAP, que fornece alimentos a milhões de famílias. Sem recursos federais, o país enfrenta um aumento da fome, caos nos aeroportos e elevação nos custos do sistema de saúde.