Cacau e Árvores Nativas: Uma Parceria Sustentável no Sul da Bahia
Modelo consorciado traz benefícios econômicos e ambientais aos produtores
Foto: Divulgação
No sul da Bahia, produtores de cacau estão implementando um inovador sistema de cultivo que integra o fruto a árvores nativas, promovendo a bioeconomia na região. Essa prática, liderada pela empresa Symbiosis, é defendida pelo engenheiro florestal Mickael Mello, que destaca os benefícios ambientais, como a preservação da biodiversidade e a oferta de renda aos agricultores.
O modelo desafia a ideia de que a monocultura é a única forma de maximizar a produtividade, mostrando que a silvicultura pode ser uma alternativa viável e rentável. Inspirado no sistema tradicional Cabruca, o cultivo prioriza espécies nativas da Mata Atlântica que possuem valor comercial, oferecendo diversas vantagens, como proteção contra condições climáticas extremas e redução na necessidade de insumos químicos. Isso se revela crucial no combate a doenças como a vassoura-de-bruxa, que historicamente afetou a produção de cacau na Bahia.
A abordagem moderna do sistema Cabruca inclui a seleção cuidadosa de matrizes e o melhoramento genético, resultando em sementes e mudas de alta produtividade. Mello enfatiza que essa prática não apenas melhora a qualidade do cacau, mas também incentiva o reflorestamento e a conservação da biodiversidade.
A região sul da Bahia, rica em diversidade da Mata Atlântica, desempenha um papel vital na preservação ambiental, e o cultivo consorciado tem se mostrado eficaz em atrair polinizadores e aumentar a produção. Essa estratégia sustentável de baixo carbono não só fortalece o sistema produtivo, mas também torna o cacau mais atrativo para os compradores, garantindo retorno financeiro a longo prazo e reduzindo a pressão sobre o desmatamento ilegal. Assim, o consórcio de cacau com árvores nativas se apresenta como uma solução promissora que gera benefícios econômicos, sociais e ecológicos.