Boeing finaliza aquisição da Spirit enquanto Airbus expande operações em quatro países
Movimentos estratégicos visam fortalecer a produção e a competitividade no setor aeroespacial.

A Boeing e a Airbus anunciaram nesta segunda-feira, 8, a conclusão de operações distintas relacionadas à Spirit AeroSystems, uma das principais fabricantes de estruturas aeronáuticas do mundo. A Boeing adquiriu completamente a Spirit, enquanto a Airbus incorporou plantas e linhas de produção específicas, em um cenário desafiador para a cadeia produtiva da aviação.
Com a aquisição, a Boeing internaliza a produção da Spirit destinada a seus programas, incluindo fuselagens do 737 e estruturas principais dos modelos 767, 777 e 787, além das fuselagens usadas nas aeronaves militares P-8 e KC-46. A transação também inclui o maior fornecedor de peças de reposição da Boeing, o que ampliará seu portfólio global de serviços de manutenção e troca de componentes.
A Boeing assumirá parte das operações em Belfast (Irlanda do Norte) como subsidiária independente sob a marca Short Brothers. Outras unidades nos Estados Unidos, como Wichita (Kansas), Dallas (Texas) e Tulsa (Oklahoma), também serão integradas, assim como o Aerospace Innovation Center em Prestwick (Escócia), totalizando cerca de 15 mil funcionários a mais para a fabricante americana.
“Este é um momento crucial na história da Boeing e para seu sucesso futuro, à medida que começamos a integrar as operações comerciais e de pós-venda da Spirit AeroSystems”, declarou Kelly Ortberg, presidente e diretor executivo da Boeing.
A Airbus, por sua vez, passa a controlar seis operações da Spirit em quatro países. Nos EUA, a empresa assume a planta de Kinston, que produz seções do A350. Na França, incorpora a unidade de Saint-Nazaire, também focada na fuselagem do A350. Em Casablanca (Marrocos), a Airbus ficará responsável pela fabricação de componentes do A321 e do A220.
No Reino Unido, a Airbus operará as unidades de Belfast, que produzem asas e parte da fuselagem do A220, e de Prestwick, que fabrica componentes de asas do A320 e do A350. Além disso, a Airbus transferirá a produção dos pylons do A220 de Wichita para Saint-Eloi, em Toulouse (França).
Como parte do acordo, a Airbus receberá uma compensação de US$ 439 milhões, sujeita a ajustes típicos do preço de compra e revisão pós-fechamento. A fabricante também receberá valores adicionais para saldar passivos previstos nos contratos de compra.
A divisão das operações da Spirit entre Boeing e Airbus atende a uma exigência da União Europeia (UE), que visa assegurar a continuidade do fornecimento de peças à Airbus e a manutenção da competitividade nos mercados globais de estruturas aéreas.