Projeção de Inflação do IPCA Aumenta para 4,08% em 12 Meses
Relatório Focus indica leve alta nas expectativas de inflação após regulamentação da meta contínua
A mediana das projeções do relatório Focus para a inflação suavizada nos próximos 12 meses subiu de 4,06% para 4,08%. No mês anterior, a previsão estava em 4,13%. Essa métrica passou a ter maior relevância nas análises do mercado após a implementação da nova meta de inflação contínua, que entrou em vigor este ano.
O novo alvo foi descumprido pela primeira vez em 10 de julho, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o IPCA fechou junho com uma alta de 5,35% nos últimos 12 meses, superando o teto da meta de 4,50% por seis meses seguidos. Na mesma data, o Banco Central enviou uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicando que esperava que a inflação anual ficasse abaixo do teto da meta até o fim do primeiro trimestre de 2026.
O diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, comentou que a expectativa da instituição é que a inflação retorne ao centro da meta até o primeiro trimestre de 2027. “O objetivo é que a inflação atinja o centro da meta, e estamos constantemente ajustando a política monetária para alcançar esse resultado”, afirmou.
O novo regime estabelece que a avaliação do cumprimento da meta será feita com base na inflação acumulada em 12 meses. Caso a taxa permaneça fora da faixa de tolerância por seis meses, será considerado que o Banco Central não atingiu o objetivo.
A meta estabelecida é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. O ministro da Fazenda pode sugerir ajustes ao Conselho Monetário Nacional (CMN), porém, mudanças só poderão ser implementadas após 36 meses.
A expectativa de inflação suavizada é formada com base nas previsões das instituições financeiras para a inflação total nesse período. A cada nova divulgação do IPCA, a projeção do mês anterior é atualizada com os dados mais recentes.
Para evitar flutuações acentuadas nas expectativas devido à discrepância entre o que foi projetado e o que foi efetivamente realizado, o Banco Central aplica um método gradual para ajustar essas diferenças, resultando na inflação suavizada.