Ministra Simone Tebet solicita apoio do setor financeiro para redução de gastos
Durante evento da Febraban, Tebet enfatiza a importância da colaboração do mercado para reformas fiscais

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, reafirmou nesta segunda-feira (24) o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal e a necessidade de equilibrar o crescimento econômico com o controle da inflação. Em seu discurso durante o almoço anual da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Tebet reconheceu que, nos três anos de gestão até agora, o Poder Executivo enfrentou desafios para implementar medidas de controle de gastos devido à forte influência de lobbies.
“No que tange às reformas fiscais, avançamos de forma mais lenta do que o desejado. É crucial que as responsabilidades sejam compartilhadas. O Poder Executivo tentou, mas muitas vezes os lobbies tiveram um papel impeditivo”, afirmou a ministra.
Tebet também ressaltou que o setor financeiro pode ser um aliado no convencimento do Congresso para promover cortes em gastos, especialmente em relação a isenções fiscais e gastos tributários. “Vocês, agentes do mercado, podem se tornar parceiros do Brasil, levando essa mensagem ao Congresso Nacional”, destacou.
Ela argumentou que não devemos temer o crescimento econômico por receio da inflação, mas sim criar condições para um crescimento sustentável e justo. A ministra defendeu a importância de um planejamento orçamentário eficaz, citando exemplos de países asiáticos que definem metas de médio e longo prazo e realizam investimentos baseados em dados concretos. “Gastar muito é ruim, mas gastar mal é ainda pior”, enfatizou.
Além disso, Tebet anunciou que não haverá novos gastos públicos em 2026 e reiterou a necessidade de avançar na redução de benefícios tributários. “Para 2026, reafirmo que não haverá novos gastos públicos, mas devemos prosseguir com cortes nos gastos tributários, mesmo que de forma linear”, declarou.
Ela finalizou sua fala destacando a importância de planejar o orçamento público de maneira mais eficiente, evitando a prática de “enxugar gelo”, e citou que, apesar de um alto investimento em educação, o Brasil ainda enfrenta grandes desafios na qualidade do ensino.