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Inflação na Argentina aumenta pelo terceiro mês consecutivo, desafio para o governo Milei

Com variação mensal de 2,5% em novembro, a inflação continua a preocupar os argentinos.

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Inflação na Argentina aumenta pelo terceiro mês consecutivo, desafio para o governo Milei

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BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - A inflação na Argentina, embora não seja mais a principal preocupação dos cidadãos, permanece acima de 2% ao mês, desafiando o governo de Javier Milei, que completou dois anos de mandato.

O Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) revelou nesta quinta-feira (11) que a inflação mensal alcançou 2,5% em novembro, um leve aumento em relação aos 2,3% de outubro e o maior índice desde abril, quando foi registrado 2,8%.

Em um ano, a inflação acumulada foi de 31,4%, e, até agora, em 2023, soma 27,9%. As previsões de consultorias apontavam uma inflação entre 2,3% e 2,5% para novembro, o que evidencia que o ministro da Economia, Luis Caputo, não conseguiu conter a tendência de alta que começou em agosto, quando a inflação era de 1,9%.

Uma prévia do índice na Cidade Autônoma de Buenos Aires indicou uma inflação de 2,4% em novembro, com um aumento de 0,2 ponto percentual em relação ao mês anterior. A consultoria Eco Go atribui essa aceleração a um aumento de 3% nos preços de alimentos e bebidas não alcoólicas, impulsionado principalmente pelo aumento no preço da carne, essencial na dieta das famílias argentinas.

Embora o aumento dos preços da carne já fosse evidente desde outubro, em novembro a situação se agravou, causando um crescimento de 2,6% na categoria de alimentos consumidos em casa. As promoções de fim de ano contribuíram para a redução dos preços de eletrônicos e eletrodomésticos, que subiram apenas 1,1%. Contudo, serviços regulados como transporte público, eletricidade e gás registraram aumentos superiores a meses anteriores, com alta de 3,4%.

Após as eleições legislativas de outubro, o Ministério da Economia autorizou aumentos em serviços públicos e transporte, além de anunciar um novo esquema de subsídios para eletricidade e gás a partir de 2026. O ministro Caputo tem enfrentado críticas por não implementar atualizações fiscais que poderiam aumentar a arrecadação do governo.

Com uma inflação de 12,8% em novembro de 2023 e um aumento anual de 160,9% antes da chegada de Milei ao poder, a situação econômica é delicada. Durante o governo anterior de Alberto Fernández (2019-2023), a inflação acumulou 930,4%.

Uma das primeiras ações de Milei foi desvalorizar a taxa de câmbio oficial, elevando-a de 366 para 800 pesos argentinos. Em dezembro de 2023, a inflação mensal atingiu 25,5%, o maior índice em 32 anos, encerrando o ano com um aumento anual de 211,4%.

O presidente Milei promete que a inflação será um problema superado até meados do próximo ano, mesmo com cortes nos subsídios tarifários já anunciados para 2026. As expectativas para dezembro indicam uma inflação de 2,1%, e entre janeiro e abril de 2026, projeções variam de 1,5% a 1,9%. Atualmente, a