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Expectativa de queda do dólar após decisão conservadora do Copom

Taxa Selic mantida em 15% ao ano pode favorecer o real frente à moeda americana

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Expectativa de queda do dólar após decisão conservadora do Copom

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O dólar deverá apresentar uma desvalorização em relação ao real, influenciado pelo caráter conservador do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano pela terceira vez consecutiva. Essa decisão unânime reforça a atratividade do carry trade no Brasil.

O Copom indicou que a taxa de juros permanecerá em 15% por um "período prolongado", citando a resistência da inflação, a atividade econômica firme e as incertezas fiscais e externas como razões para essa postura.

Essa abordagem conservadora praticamente elimina as expectativas de redução da taxa em dezembro e diminui as chances para janeiro, com o mercado agora projetando que o início do ciclo de cortes só deve ocorrer em março. Instituições financeiras como Citi, Barclays e XP ressaltam a firmeza da decisão e o compromisso do Banco Central em manter a meta de 3% de inflação. Por outro lado, a B.Side avaliou o comunicado como um "balde de água fria" para aqueles que esperavam um movimento mais flexível.

Além disso, os preços do petróleo e do minério de ferro podem ajudar a sustentar a moeda brasileira, assim como a queda do dólar em comparação com outras moedas desenvolvidas e divisas emergentes.

No cenário internacional, investidores aguardam a decisão do Banco da Inglaterra (BoE) sobre juros, marcada para as 9 horas. A expectativa é de que a taxa permaneça em 4%, já que se acredita que o banco aguardará novos indicadores e o impacto do Orçamento de 2026 antes de considerar cortes.

Comentários de seis dirigentes do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central Europeu (BCE) também estão sendo aguardados. Ontem, a projeção de manutenção das taxas pelo Fed em dezembro ganhou força após dados de serviços e criação de empregos no setor privado superarem as expectativas, indicando a saúde da economia americana.

O dólar ainda enfrenta pressão devido a incertezas sobre tarifas do governo Trump, que estão sendo analisadas pela Suprema Corte, além do impacto do shutdown que já dura 38 dias e o enfraquecimento político do presidente Donald Trump após derrotas nas eleições regionais.

Na Alemanha, a produção industrial apresentou crescimento abaixo do esperado em setembro, e resultados do Commerzbank e Air France também decepcionaram, impactando as bolsas europeias.

O dólar à vista encerrou o dia anterior com uma queda de 0,69%, cotado a R$ 5,3614, acompanhando a desvalorização global da moeda e a notícia de que a China suspendeu tarifas sobre os EUA.

Em outra frente, o chanceler Mauro Vieira anunciou que Ursula von der Leyen pretende assinar o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul no dia 20 de dezembro, durante a cúpula do bloco no Rio de Janeiro. Este tratado, que leva 25 anos em negociação, visa eliminar tarifas e aumentar o comércio entre as duas regiões.