Dólar inicia dia estável após manutenção da Selic e corte de juros nos EUA
Investidores reagem às decisões do Copom e do Federal Reserve em meio a incertezas políticas

SÃO PAULO, SP - O dólar abriu com leve variação nesta quinta-feira (11), próximo da estabilidade, após o Banco Central do Brasil decidir pela manutenção da taxa Selic em 15% na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do ano, realizada na quarta-feira (10).
Os investidores também estão avaliando a recente decisão do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos, que cortou a taxa de juros pela terceira vez consecutiva, agora estabelecendo a taxa entre 3,5% e 3,75%.
Às 9h04, a moeda americana tinha alta de 0,01%, sendo cotada a R$ 5,4680. No dia anterior, o dólar fechou em R$ 5,465, com uma alta de 0,51%, enquanto a Bolsa subiu 0,69%, atingindo 159.074 pontos.
Jerome Powell, presidente do Fed, mencionou que a política de juros do banco central está bem ajustada para responder às futuras demandas da economia, evitando indicar quais serão os próximos passos do comitê. Ele destacou que, após a redução de 0,75 ponto percentual desde setembro e 1,75 ponto desde setembro do ano passado, a taxa básica encontra-se em uma faixa estimada de seu valor neutro.
Powell também ressaltou que a política monetária não segue um caminho fixo e que as decisões serão tomadas reunião por reunião. Para João Duarte, sócio da One Investimentos, a declaração de Powell sinaliza que há espaço para novas decisões, mas sem garantir continuidade imediata no ciclo de cortes.
Apesar da expectativa quase unânime por uma redução de 0,25 ponto, a decisão não foi consensual dentro do comitê do Fed, que teve 9 votos favoráveis à redução e 3 contrários, com algumas opiniões divergentes sobre a magnitude do corte.
O ambiente financeiro no Brasil, por outro lado, está influenciado pela cautela em relação ao cenário político, especialmente após a aprovação de um projeto de lei que pode reduzir as penas de condenados pela tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023. Essa alteração poderia impactar a candidatura do senador Flávio Bolsonaro à presidência em 2026.
Embora o projeto tenha sido aprovado na Câmara, ele ainda precisa passar pelo Senado e ser sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, gerando incertezas sobre seu futuro.
Em meio a esse contexto, a decisão do Copom também permanece na mira dos investidores, mas seus efeitos no mercado só serão percebidos na sessão de hoje.