Economia3 min de leitura

Dólar apresenta leve alta e Bolsa registra queda após fim da paralisação nos EUA

Expectativas sobre balanços corporativos e política americana influenciam o mercado financeiro

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Dólar apresenta leve alta e Bolsa registra queda após fim da paralisação nos EUA

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SÃO PAULO, SP - O dólar teve uma leve alta de 0,09% nesta quinta-feira (3), encerrando o dia cotado a R$ 5,297. O principal fator que impactou o mercado foi o fim da paralisação do governo dos Estados Unidos, que gerou um aumento na aversão a ativos brasileiros.

A moeda americana, que estava em queda durante a tarde, reverteu a tendência à medida que a situação política nos EUA se tornava mais clara. No entanto, a valorização do dólar no Brasil contrastou com a queda de 0,37% no índice DXY, que mede a força do dólar em relação a outras seis moedas fortes, que fechou a 99,125 pontos.

Por sua vez, a Bolsa de Valores, impulsionada pela temporada de resultados corporativos, enfrentou uma leve queda de 0,29%, fechando a 157.162 pontos. Os investidores realizaram lucros após uma série de 12 recordes consecutivos.

O clima no mercado doméstico foi fortemente influenciado pela política americana, uma vez que o Congresso dos EUA aprovou um acordo para encerrar a mais longa paralisação do governo na história do país, que durou 43 dias. O Senado já havia aprovado o financiamento para agências federais na segunda-feira, e na quarta-feira, a Câmara dos Representantes ratificou o acordo com 222 votos a favor e 209 contra. O presidente Donald Trump sancionou o acordo, permitindo que os funcionários federais retornassem ao trabalho nesta quinta-feira.

Trump, durante a cerimônia de assinatura, enfatizou a importância de evitar futuras paralisações, afirmando: "Não podemos deixar isso acontecer de novo". O acordo garante o financiamento do governo até 30 de janeiro, mantendo a dívida pública americana em crescimento, que atualmente é de US$ 38 trilhões.

O término da paralisação reduz incertezas sobre a economia dos EUA, que estavam em suspenso desde o início de outubro, quando a falta de financiamento impediu a divulgação de dados econômicos oficiais. Isso deixou o Federal Reserve, o banco central dos EUA, sem informações cruciais para tomar decisões sobre juros.

O mercado está dividido em relação a possíveis cortes de juros. A ferramenta FedWatch do CME Group indica que 52,6% dos operadores apostam em uma redução de 0,25 ponto percentual na próxima reunião, enquanto 46,4% acreditam que a taxa será mantida entre 3,75% e 4%.

Leonel Mattos, analista da StoneX, destaca que o fim da paralisação permitirá que as agências voltem a coletar dados econômicos, o que pode alterar essas expectativas. Fernanda Campolina, da One Investimentos, acredita que o Fed poderá se sentir mais seguro para realizar novos cortes, beneficiando mercados emergentes como o Brasil.

Na ponta corporativa, os balanços do terceiro trimestre influenciaram as decisões de investimento. O Banco do Brasil reportou lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões, uma queda de 60,2% em relação ao ano anterior, o que resultou em uma desvalorização de suas ações de 1,18%. As ações da operadora de planos de saúde Hapvida desabaram 43% após resultados considerados abaixo das expectativas. Em contrapartida, a alta de 0,7% das ações da Petrobras ajudou a amen