Economia2 min de leitura

Desigualdade Salarial: Mulheres Recebem 21% Menos que Homens em Grandes Empresas

Relatório do governo revela aumento na disparidade salarial entre os gêneros em 2023.

Economia2 min de leitura
Desigualdade Salarial: Mulheres Recebem 21% Menos que Homens em Grandes Empresas

Publicidade

Espaço reservado para anúncio

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Um novo estudo do governo brasileiro, apresentado nesta quarta-feira (18), aponta que as mulheres ganham, em média, 20,7% a menos que os homens nas empresas com cem ou mais funcionários. O relatório de transparência salarial, elaborado pelo Ministério do Trabalho e Emprego e pelo Ministério das Mulheres, foi desenvolvido a partir de dados de 50.692 empresas e destaca o aumento da desigualdade em relação ao ano anterior, quando a diferença era de 19,4%.

A subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho, Paula Montagner, observa que, apesar do crescimento na criação de empregos para mulheres, as novas posições têm salários inferiores. "A diferença salarial se ampliou um pouco, pois as vagas disponíveis para mulheres são geralmente menos remuneradas", afirma.

Em termos de remuneração, as mulheres receberam, em média, R$ 3.565,48, enquanto os homens tiveram uma média de R$ 4.495,39. A desigualdade se intensifica em cargos de liderança, onde a diferença chega a 27%.

O relatório também revela que as mulheres negras enfrentam uma disparidade ainda maior, recebendo apenas 50,2% do salário dos homens brancos. Em 2023, a média salarial das mulheres negras foi de R$ 2.745,76, em comparação com R$ 5.464,29 dos homens não negros.

Montagner destaca que as mulheres negras estão frequentemente em funções de menor remuneração, enquanto os homens predominam em setores mais lucrativos. O estudo aponta que, em 42,7% das empresas analisadas, as mulheres pretas ou pardas representam até 10% do total de funcionários.

Como parte da estratégia para promover igualdade salarial, o governo planeja dialogar com empresas que apresentaram dados favoráveis, visando compartilhar melhores práticas. A nova legislação prevê penalidades para empresas que não publicarem relatórios de transparência salarial, embora, até o momento, nenhuma tenha sido multada.

Além do relatório, o Ministério das Mulheres também anunciará um Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral, que contém 79 ações voltadas para melhorar a participação e valorização das mulheres no mercado de trabalho.