Bolsa de Valores atinge novo recorde com expectativa de cortes na taxa de juros; dólar registra queda
Ibovespa encerra o dia acima dos 158 mil pontos pela primeira vez, impulsionado por otimismo no mercado financeiro.

SÃO PAULO, SP - Nesta quarta-feira (26), a Bolsa de Valores brasileira alcançou um novo recorde de fechamento, superando pela primeira vez a marca dos 158 mil pontos. O Ibovespa, índice de referência do mercado acionário nacional, registrou alta de 1,70%, fechando a 158.554 pontos. Durante o pregão, o índice atingiu uma nova máxima intradiária de 158.713 pontos, impulsionado principalmente pelo desempenho positivo das ações do setor bancário.
O clima otimista também refletiu no câmbio, com o dólar fechando em queda de 0,79%, cotado a R$ 5,333. O movimento do mercado se assemelha ao que foi observado no início de novembro, quando a Bolsa bateu recordes consecutivos de fechamento.
Os dados recentes do IPCA-15, que indicaram uma alta de 0,20% em novembro, acima da expectativa de 0,18%, alimentaram a expectativa de que o Brasil inicie um ciclo de cortes na taxa de juros a partir do primeiro trimestre de 2026. Apesar da alta, a inflação acumulada em 12 meses até novembro ficou em 4,5%, atingindo o teto da meta de inflação.
Economistas como Gustavo Sung, da Suno Research, veem o cenário inflacionário como um sinal de desinflação, enquanto Bruno Shahini, da Nomad, reforça que a percepção de controle nos juros sustenta a valorização do real. Rodrigo Moliterno, da Veedha Investimentos, aponta que o mercado está se preparando para cortes de juros em janeiro, e a expectativa de investimentos positivos se mantém.
Na véspera, Nilton David, diretor do Banco Central, destacou a intenção da instituição de realizar cortes na taxa Selic, sem especificar datas. O presidente do BC, Gabriel Galípolo, reiterou que a meta de inflação é de 3%, e não o limite de 4,5%, indicando um foco em cumprir a meta.
Internacionalmente, o foco está nas expectativas de cortes na taxa de juros nos Estados Unidos, com o relatório do Fed indicando um aumento moderado nos preços e uma leve desaceleração no mercado de trabalho. Analistas acreditam que a economia americana pode estar enfrentando um enfraquecimento maior do que o esperado, o que pode influenciar a decisão do Fed em sua próxima reunião.