Economia3 min de leitura

Bolsa Brasileira Registra Novo Recorde com Dados Fracos do Emprego nos EUA

Dólar apresenta queda, enquanto investidores apostam em cortes de juros pelo Federal Reserve.

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Bolsa Brasileira Registra Novo Recorde com Dados Fracos do Emprego nos EUA

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SÃO PAULO, SP - A Bolsa de Valores brasileira alcançou um novo recorde histórico de fechamento pela segunda vez consecutiva nesta quarta-feira (3), impulsionada por dados decepcionantes do mercado de trabalho dos Estados Unidos, o que intensificou as expectativas sobre uma possível redução na taxa básica de juros americana na próxima semana.

O índice Ibovespa, principal indicador do mercado acionário nacional, fechou em alta de 0,41%, atingindo 161.755 pontos. Durante o pregão, o índice chegou a registrar um novo pico, alcançando 161.963 pontos.

O dólar também refletiu essas expectativas, encerrando o dia com uma desvalorização de 0,29%, cotado a R$ 5,314, acompanhando a tendência observada no mercado internacional. O índice DXY, que compara o dólar a outras seis moedas fortes, registrou uma queda de 0,50%.

Na véspera, a Bolsa já havia ultrapassado a marca de 161 mil pontos pela primeira vez, estabelecendo um novo recorde tanto intradiário quanto de fechamento.

A pressão sobre o dólar foi acentuada pelo aumento do apetite por risco, que levou a moeda a recuar 0,53%, fechando a R$ 5,329. No acumulado de 2023, a moeda norte-americana já apresenta uma queda de 13,76%, enquanto o Ibovespa registra um crescimento de 33,63%.

A movimentação do dia foi influenciada pelo cenário econômico dos EUA, com investidores atentos aos dados do setor privado, que indicaram uma redução no número de vagas de emprego, contrariando as expectativas de criação de novos postos. Um relatório divulgado nesta quarta-feira revelou que 32 mil empregos foram eliminados em novembro, enquanto analistas esperavam um aumento de 10 mil vagas.

João Soares, sócio-fundador da Rio Negro Investimentos, comentou sobre os dados: "É uma queda bastante acentuada no número de empregos. Os empresários estavam tentando entender melhor o impacto das tarifas na demanda antes de decidir sobre contratações. O resultado de hoje indica um possível enfraquecimento maior do que o previsto na economia americana".

Essas informações devem influenciar a decisão do Federal Reserve na reunião programada para a próxima quarta-feira (10).

Apesar da recente suspensão da paralisação do governo dos EUA, dados importantes continuam sem ser coletados. O relatório 'payroll', crucial para a avaliação do mercado de trabalho, está defasado e será atualizado apenas em 16 de dezembro, quando os dados de outubro e novembro serão divulgados.

O banco central americano focará em informações regionais e do setor privado, já que não há novas divulgações oficiais sobre emprego e inflação antes da reunião de decisão do dia 10 de dezembro. "A importância de dados regionais e do setor privado aumenta para calibrar a leitura da evolução da economia americana", disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

A ferramenta FedWatch, do CME Group, indica que há uma probabilidade de 88,8% de que o Fed reduza a taxa de juros para a faixa de 3,50% a 3,75% em dezembro, comparado ao intervalo atual de 3,75% a 4,00%.

Reduções nas taxas de juros dos EUA costumam ser bem recebidas