Bolsa Brasileira Alcança Novo Recorde e Dólar Tem Queda Após Decisão do Copom
Índice Ibovespa fecha em alta e dólar é negociado a R$ 5,348 após manutenção da Selic em 15% ao ano.

SÃO PAULO, SP - A Bolsa de Valores brasileira atingiu um novo recorde de fechamento nesta quinta-feira (6), com o índice Ibovespa registrando uma leve alta de 0,02%, encerrando o dia em 153.339 pontos.
No auge das negociações, o principal indicador da B3 superou pela primeira vez a marca dos 154 mil pontos, alcançando 154.352 pontos. Apesar de perder força ao longo da tarde, o índice completou seu 12º dia consecutivo de valorização.
Em contrapartida, o dólar apresentou uma queda de 0,23%, com a moeda americana sendo cotada a R$ 5,348. Esse movimento de enfraquecimento do dólar também foi observado em mercados internacionais, onde o índice DXY, que mede o desempenho da moeda em relação a uma cesta de seis divisas, recuou 0,47%, alcançando 99,70 pontos.
Em um dia marcado por uma agenda econômica tranquila, os investidores reagiram à decisão do Banco Central, anunciada no dia anterior, de manter a taxa Selic em 15% ao ano. O comitê ressaltou que essa taxa deve ser mantida por um 'período bastante prolongado'.
A decisão foi tomada mesmo com a pressão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por cortes na taxa de juros. O Copom adotou um tom conservador e não definiu um cronograma para possíveis reduções.
No comunicado, o comitê demonstrou convicção em sua estratégia, afirmando que a manutenção da taxa atual é suficiente para que a inflação convirja para a meta. Economistas esperavam que o Copom retirasse o termo 'bastante' do comunicado, o que não ocorreu.
Embora a decisão tenha sido amplamente esperada por analistas, há incertezas sobre os próximos passos. Ian Lopes, economista da Valor Investimentos, indicou que o comunicado sugere que cortes não devem ocorrer em breve, enquanto Marcos Praça, da Zero Markets Brasil, classificou o tom como neutro, sem espaço para interpretações.
Leonel Mattos, analista da StoneX, notou que o comunicado ainda é conservador, mas apresenta algumas sinalizações discretas de desaceleração da inflação, o que poderá favorecer um futuro corte da Selic.
Os investidores também acompanharam dados econômicos dos EUA, onde a empresa Challenger, Gray & Christmas reportou um aumento nas demissões em massa, o maior para o mês de outubro em 22 anos. Isso contrasta com os números da ADP, que indicaram a criação de 42 mil novos postos de trabalho no setor privado, superando as expectativas de 28 mil.
A falta de dados oficiais devido à paralisação do governo dos EUA levanta preocupações sobre a visibilidade da economia americana, o que pode impactar as decisões do Fed sobre a taxa de juros.
A reunião do Fed na semana passada resultou em um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, mas novos cortes não são garantidos, segundo o presidente Jerome Powell.