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Desafios financeiros devem impactar mercado de máquinas agrícolas em 2026

Setor agropecuário enfrentará dificuldades com juros altos e endividamento crescente.

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Plantadeira, máquinas agrícolas

Foto: Freepik

O cenário econômico para 2026 será desafiador para o mercado de máquinas agrícolas, de acordo com a Anfavea. Apesar de um PIB positivo e uma safra robusta, as vendas de máquinas não atenderam às expectativas, segundo Igor Calvet, presidente da associação.

Calvet destacou que, embora o volume de vendas de tratores e colheitadeiras tenha se mantido estável, com uma leve queda de 0,7% em 2025, a pressão do crédito caro e a menor rentabilidade no campo dificultam o crescimento do setor. "Foi um ano difícil, as vendas não foram como esperávamos", declarou.

O mercado atacadista apresentou um crescimento de 18%, mas isso deve ser visto com cautela, uma vez que ocorreu sobre uma base de comparação baixa, concentrando-se em máquinas de menor potência.

Calvet expressou preocupação com a produtividade, indicando que o aumento nas vendas de máquinas de baixa potência pode comprometer a eficiência agrícola no futuro. Além disso, o estoque nas concessionárias aumentou ao longo do ano, com a intenção de evitar demissões.

No que diz respeito ao endividamento, a inadimplência tem crescido, impactando a concessão de crédito. Para pessoas físicas, o índice de inadimplência atingiu 5,4%, enquanto para pessoas jurídicas, crucial para o financiamento de máquinas, ficou em 3,7%.

O presidente da Anfavea ressaltou que, embora a safra de 2025 seja recorde, isso não necessariamente se traduz em vendas de máquinas, devido à pressão dos preços internacionais sobre os produtos e à redução da rentabilidade.

Para 2026, a Anfavea prevê continuação dos desafios, com expectativas de um PIB positivo, mas em menor escala, e uma safra possivelmente inferior. As taxas de juros devem permanecer elevadas, o que poderá atrasar uma recuperação mais rápida do setor.

Calvet ainda alertou para os riscos de uma possível estagnação ou queda da produtividade devido à postergação de investimentos em novas máquinas. Ele defendeu uma estratégia mais robusta para impulsionar as exportações, de modo a reduzir a dependência do mercado interno.